
Bras�lia – O in�cio do recesso parlamentar na sexta-feira n�o significou que a crise pol�tica entrou de f�rias. Longe disso. Ao longo das pr�ximas duas semanas, at� que o Congresso retome os trabalhos, governistas e oposicionistas seguir�o trabalhando nas bases para conquistar votos contra ou a favor do processo envolvendo o presidente Michel Temer. Novas dela��es do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro L�cio Funaro devem ser oficializadas.
Ele lembra que, em janeiro de 2016, ap�s a decis�o do Supremo Tribunal Federal de definir o rito de tramita��o do impeachment, a impress�o era de que a ent�o presidente Dilma Rousseff escaparia da cassa��o. Quando o Congresso retornou aos trabalhos, em fevereiro, bastaram tr�s meses para que a petista fosse afastada do cargo.
Para Melo, ap�s o �xito do governo na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara, onde conseguiu — � custa da troca de deputados e da libera��o de emendas parlamentares — aprovar, por 41 a 24, um relat�rio favor�vel ao presidente, os interessados em afastar o peemedebista buscar�o novas alternativas.
“Podemos prever que fatos novos – se existirem – apare�am na �ltima semana de julho, mais pr�ximo do retorno dos trabalhos parlamentares”, completou Melo. O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para 2 de agosto a sess�o plen�ria para votar o relat�rio apresentado pelo deputado Paulo Abi-Ackel, ap�s a base conseguir derrubar o texto adverso apresentado pelo deputado S�rgio Zveiter (PMDB-RJ).
O pr�prio Planalto j� trabalha com novos atrasos provocados por falta de qu�rum em agosto, levando o processo para setembro.
A ideia inicial do Planalto era resolver o caso antes do recesso. Agora, a estrat�gia � empurrar com a barriga. “Esse governo j� sobreviveu a tantos esc�ndalos e tem tantos ministros envolvidos em den�ncias que fica dif�cil precisar o que � necess�rio para que ele seja derrubado”, reconheceu o professor de ci�ncia pol�tica do Ibmec-MG Adriano Gianturco.
� com isso que o Planalto conta. Para um integrante da c�pula do governo, quanto mais o processo demorar mais a classe pol�tica e os agentes econ�micos chegar�o � conclus�o de que � melhor deixar Temer at� o fim do mandato e delegar ao povo a escolha do novo presidente por elei��es diretas em outubro de 2018.
Um fiel escudeiro do presidente Michel Temer garante que d� para relaxar nas pr�ximas duas semanas. Carlos Marun (PMDB-MS) diz que a vit�ria na Comiss�o de Constitui��o, Justi�a e Cidadania da C�mara d� a seguran�a que o governo precisa nos pr�ximos dias. “Essa den�ncia j� est� liquidada.
� um sinal de tranquilidade, mas n�o de desconcentra��o. E de felicidade porque conseguimos provar a fragilidade da den�ncia. Depois dessa, duvido que venham outras den�ncias. Caem por terra todas as outras acusa��es”, defende Marun.
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) n�o h� possibilidade de um recesso tranquilo pela frente, pois a crise pol�tica existe, independentemente de parar o Congresso ou n�o. Em rela��o ao encaminhamento da den�ncia em plen�rio, Coelho diz que n�o faz diferen�a o governo conseguir derrubar a den�ncia.
“O placar dos votos � que ser� determinante. A chance de a base governista vencer � enorme, mas um governo que tem 270, 280 votos contra ele n�o tem condi��es de governar”, acredita.
H� tamb�m quem acredite que o contato dos deputados com o eleitorado nos estados pode ser prejudicial para o governo, pois sentiriam o term�metro da influ�ncia que um voto pr�-Temer poderia causar nas pr�ximas elei��es, em outubro de 2018. “Todas as pesquisas indicam que o Temer tem que sair.
Os deputados ficar�o constrangidos e isso arrastar� um n�mero importante de votos”, acredita o l�der do PT na C�mara, Carlos Zarattini (SP).
