Bras�lia - Primeiro na linha sucess�ria da Presid�ncia da Rep�blica, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mant�m um n�cleo duro de aliados formado por antigos correligion�rios e uma claque de deputados que se aproximou dele ap�s assumir o comando da Casa, em julho de 2016.
Caso chegue � Presid�ncia, ap�s um eventual afastamento de Michel Temer do cargo, esse grupo deve ter influ�ncia sobre o governo e pode vir a ocupar cargos importantes na Esplanada dos Minist�rios.
O prefeito de Salvador, ACM Neto, tamb�m � figura pr�xima do presidente da C�mara. ACM Neto costuma ir a Bras�lia quase todas as semanas para se reunir com Maia e outros integrantes do DEM.
Na quarta-feira passada desembarcou na capital federal para tentar apaziguar os �nimos entre Maia e Temer, depois de o presidente convidar para o PMDB parlamentares do PSB que estudam migrar para o DEM.
Entre os nomes que passaram a gravitar mais recentemente em torno de Maia est�o os deputados de primeiro mandato Alexandre Baldy (Podemos-GO) e Fernando Monteiro (PP-PE). A conviv�ncia entre eles extrapola assuntos pol�ticos. Os tr�s formaram um grupo informal de corrida e suas mulheres tamb�m se encontram.
Baldy se aproximou de Maia porque o cunhado � amigo de longa data do deputado fluminense. No dia da vota��o da den�ncia na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara, o Podemos, partido de Baldy, decidiu substituir o �nico integrante titular da legenda na CCJ para garantir o voto contra Temer. Monteiro � sobrinho de Jos� M�cio, atual ministro do Tribunal de Contas da Uni�o, que j� foi filiado ao antigo PFL.
Maia tamb�m mant�m boa rela��o com nomes da oposi��o, como Vicente C�ndido (PT-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP). Ao primeiro, entregou a cobi�ada relatoria da comiss�o sobre Reforma Pol�tica. Ao deputado do PCdoB, cumpriu a promessa de enterrar a CPI contra Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE) caso chegasse � presid�ncia da C�mara. Este ano, conseguiu o apoio do partido para disputar a reelei��o ao cargo.
Pai
Outra figura de extrema import�ncia na vida pol�tica de Maia � o pai, o ex-prefeito e atual vereador do Rio C�sar Maia (DEM), o grande articulador da carreira do filho. Foi na esteira do pai que Maia se elegeu a primeira vez deputado em 1998, pelo antigo PFL, e hoje j� acumula cinco mandatos na C�mara. Em 2002, foi C�sar Maia quem coordenou a campanha do filho � Prefeitura do Rio, com resultado p�fio de 2,9% dos votos.
� reportagem, C�sar Maia evitou falar sobre o futuro pol�tico do filho. Disse que ele, "a princ�pio", deve concorrer mais uma vez � C�mara. Minimizou o distanciamento entre o filho e Temer e disse que a desconfian�a do governo em rela��o ao democrata deve ser "coisa do terceiro escal�o". Entre as qualidades que destaca em Maia est� a "capacidade de ouvir, capacidade de articular e confiabilidade nos compromissos assumidos"
Essas caracter�sticas tamb�m foram listadas por outros aliados. "Maia se caracterizou, nos �ltimos meses, como algu�m que tem serenidade na tomada de decis�es, capacidade de di�logo e cumpriu os compromissos que assumiu", disse Efraim.
O fato de o presidente da C�mara hoje ter uma vida pol�tica pr�pria em rela��o ao pai n�o passa despercebido. "Ele chegou aqui como o filho de C�sar Maia, e hoje C�sar Maia � pai de Rodrigo Maia", disse Monteiro.
A possibilidade de Maia assumir o Pal�cio do Planalto afastou o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia) do n�cleo pol�tico do presidente da C�mara. Antigo aliado de Temer, Moreira � padrasto da mulher de Maia e trabalhou para que o ent�o deputado chegasse � presid�ncia da Casa. No momento em que a crise com Temer se agravou, o presidente da C�mara esclareceu: "O ministro Moreira Franco n�o � meu sogro, ele � casado com a minha sogra".