Por meio de seus advogados, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine - preso nesta quinta-feira, 27, na Opera��o Cobra, 42ª fase da Lava-Jato -, pediu ao juiz S�rgio Moro reconsidera��o da ordem de pris�o tempor�ria. A defesa alega que Bendine vai "colaborar com o esclarecimento de qualquer quest�o".
"N�o h� d�vidas que a liberdade de Bendine nunca colocou em risco a colheita da prova; ao contr�rio, ele sempre pretendeu prestar os esclarecimentos sobre os fatos e contribuir com as investiga��es, de forma que sua liberdade n�o apresenta risco � instru��o penal", pondera Pierpaolo Bottini.
A defesa afirma que no comando da estatal petrol�fera, Bendine empreendeu "importantes mudan�as na governan�a da Companhia, com a cria��o de um r�gido e s�lido programa de compliance, antes inexistente e, ainda, com a realiza��o de sens�veis altera��es na forma de tomada de decis�es: foram abolidas as delibera��es individuais, passando-se a priorizar-se as decis�es colegiadas, em camadas e por al�adas, a exemplo do que ocorria no Banco do Brasil durante sua gest�o".
A defesa sugere que o suposto rigor de Bendine atingiu inclusive a Odebrecht, cujo ex-presidente � um dos delatores do ex-mandat�rio da Petrobras.
"Nota-se que a pol�tica de Bendine � frente da estatal pautou-se pela rigidez, em especial em rela��o ao Grupo Odebrecht."
Os advogados entregaram a Moro c�pia da passagem de volta de Bendine de Portugal.
O Minist�rio P�blico Federal alegou que, por meio da quebra de sigilo de e-mails do alvo principal da Opera��o Cobra, descobriu-se que ele havia comprado passagem s� de ida a Lisboa, marcada para esta sexta-feira, 28. O bilhete entregue pela defesa mostra que ele pretendia retornar ao Brasil no dia 18 de agosto.
"Sua (de Bendine) liberdade em nada compromete as investiga��es ou a colheita da prova do inqu�rito policial", sustentam Pierpaolo Bottini e Cl�udia Vara San Juan Ara�jo. "Ele prestar� seu depoimento e esclarecer� � autoridade policial tudo quanto for perguntado."