
Em meio � pol�mica sobre mudan�as nas equipes da Opera��o Lava-Jato, em Curitiba, mais uma preocupa��o entrou na lista que desagrada aos integrantes da maior opera��o de combate � corrup��o no pa�s.
O ministro da Justi�a, Torquato Jardim, admitiu que a falta de recursos pode afetar as opera��es da Pol�cia Federal e que ser� preciso “selecionar as mais importantes”. Torquato disse que “precisa ser transparente” quanto � falta de recursos na pasta.
“A PF vai receber R$ 70 milh�es por m�s at� o fim do ano. No entanto, tenho que ser transparente e falar a verdade. � poss�vel que falte dinheiro para algumas a��es. Poder� implicar processos seletivos de a��es, n�o realizar todas as opera��es ou n�o realizar em suas extens�es totais, mas apenas parcialmente”, destacou.
O ministro ressaltou que n�o existe um prazo para trocar o diretor-geral da PF, Leandro Daiello — nem para mant�-lo —, mas destacou que uma mudan�a no comando da corpora��o depende do presidente Michel Temer.
“Quem define o deadline na Pol�cia Federal � quem tem a caneta para assinar. Neste caso, o presidente Michel Temer.” As declara��es ocorreram durante o an�ncio de uma parceria entre o minist�rio e o governo dos Estados Unidos, que vai enviar instrutores para ministrar cursos sobre combate ao crime organizado para for�as policiais no Brasil.
De acordo com Torquato Jardim, todos os setores do governo est�o passando por um contingenciamento e, dessa forma, � necess�rio definir prioridades.
A �rea econ�mica realizou um corte de R$ 400 milh�es no or�amento da Pol�cia Federal deste ano. No m�s passado, a emiss�o de passaportes chegou a ser suspensa por falta de recursos.
O problema s� foi resolvido ap�s o Congresso aprovar uma emenda de R$ 102 milh�es para que os documentos voltassem a ser emitidos. De acordo com a PF, a paralisa��o da emiss�o dos passaportes resultou em uma fila de espera de 175 mil pessoas.
For�a Nacional
Torquato anunciou tamb�m que o governo deixou de lado, por enquanto, o aumento do contingente da For�a Nacional, uma das propostas do Plano Nacional de Seguran�a P�blica, que, entre outras medidas, pretendia elevar o efetivo de 1,5 mil para 7 mil homens.
“N�o temos dinheiro para aumentar o capital humano da For�a Nacional. Vamos pensar primeiro na implementa��o de tecnologia, para otimizar o trabalho. Aumentar o efetivo gera um custo maior e n�o temos mais essa pretens�o. Os recursos em caixa n�o nos permitem realizar este tipo de projeto agora”, destacou.
O ministro ressaltou que a inten��o do governo � investir em equipamentos tecnol�gicos para combater o crime organizado. De acordo com Torquato, ser�o colocados em opera��o os ve�culos a�reos n�o tripulados da Pol�cia Federal (Vants), comprados em 2011 ao custo de US$ 27 milh�es.
Atualmente, os dois drones est�o parados em um galp�o da PF na cidade de S�o Miguel do Igua�u (PR). A promessa do governo era de que fossem comprados 14 equipamentos iguais a esse, que servem para vigil�ncia contra o tr�fico de drogas e de pessoas e para espionar organiza��es criminosas sem colocar em risco a vida dos agentes.
Torquato Jardim tamb�m respondeu �s cr�ticas do procurador Athayde Ribeiro Costa, do Minist�rio P�blico Federal. O integrante do MPF disse que o ministro “n�o procurou saber quais eram as necessidades da Lava-Jato” e creditou a ele as mudan�as na for�a-tarefa em Curitiba.
No come�o de julho, a PF divulgou o fim do grupo de trabalho exclusivo da opera��o que era mantido pela corpora��o na unidade da capital paranaense.
O procurador acusou o ministro de n�o ter atuado para evitar as altera��es. “Sequer consultou a PF para saber a necessidade de efetivo. � responsabilidade dele essa diminui��o das equipes, e temos que fortalecer a Lava-Jato”, criticou Costa.
Torquato Jardim rebateu dizendo que nunca trabalhou para atrapalhar o andamento da corpora��o. “Vejo a cr�tica como infundada. Basta olhar no meu passado profissional. J� � meu segundo minist�rio e nunca fiz nenhum gesto de desaprova��o da Lava-Jato. Se ele tem alguma cr�tica, podemos tomar um caf� para conversar”, destacou.