
Com roteiro incerto e movimenta��o intensa nos bastidores, a C�mara dos Deputados vai decidir quarta-feira se o presidente Michel Temer (PMDB) deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de corrup��o passiva.
Integrantes do governo federal afirmam que as estimativas sobre o placar da vota��o s�o favor�veis a Temer, com apoio de mais de 270 deputados para arquivar a den�ncia. Margem que supera com folga o n�mero m�nimo necess�rio, de 172 votos, no plen�rio.
Nas �ltimas duas semanas, o presidente e a sua equipe de ministros intensificaram o contato com os parlamentares e o governo lan�ou m�o de um “pacote de bondades”, liberando emendas parlamentares e cargos no governo federal para aliados. Nesse per�odo, Temer recebeu 160 deputados e senadores, segundo a agenda oficial, e liberou R$ 4,1 bilh�es em emendas parlamentares.
A falta de protestos significativos contra o governo � apontada por interlocutores do Planalto como ind�cio de que as ruas n�o querem a sa�da de Temer.
O argumento de que os procuradores do Minist�rio P�blico Federal (MPF) t�m criado uma ca�ada contra a classe pol�tica tamb�m est� sendo usado pelo presidente para conseguir apoio em um Parlamento que tem mais da metade de seus integrantes investigada por recebimento de caixa 2 em campanhas ou crimes de corrup��o.
“O argumento de que as investiga��es v�o atingir os deputados vem sendo usado de forma descarada pelo Planalto. Muitos parlamentares s�o investigados e acham que, salvando a pele do Temer, podem de alguma forma conseguir salvar a pr�pria pele”, diz o deputado J�lio Delgado (PSB), que j� declarou seu voto a favor da abertura de investiga��o contra o presidente no Supremo.
O clima de confian�a demonstrado pelo Planalto nos dias que antecedem a vota��o � contestado por deputados da oposi��o.
“Eles cantam vit�ria, mas existe um sentimento claro de intranquilidade para quarta-feira. Ser� que se a situa��o estivesse t�o favor�vel Temer precisaria exonerar seus ministros para conseguir votos?”, questiona Delgado.
Depois de jantar com ministros na noite de sexta-feira, aliados do governo admitiram que 12 ministros que s�o deputados ser�o exonerados nesta semana para reassumir suas cadeiras e votar a favor de Temer na quarta-feira.
Depois, retomam seus cargos na Esplanada dos Minist�rios. “Todos v�o se licenciar. Todos eles”, afirmou o vice-l�der do governo na C�mara, deputado Darc�sio Perondi (PMDB).
TUCANOS No s�bado, Temer recebeu para um jantar no Pal�cio do Jaburu o senador A�cio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, e ministros tucanos. O governo tenta pacificar o partido e garantir a maioria dos votos dos deputados da legenda, a segunda maior da C�mara, contra a aceita��o da den�ncia da PGR.
A�cio defende a perman�ncia do PSDB na base aliada, mas enfrenta resist�ncia de setores que querem o desembarque, entre eles do presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE).
Quatro dos 28 minist�rios est�o sob o comando de tucanos: Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy; Cidades, com Bruno Ara�jo – ambos participaram do jantar de s�bado –; Direitos Humanos, com Luislinda Valois; e Rela��es Exteriores, Aloysio Nunes.
Nesse domingo (30), depois de retornar de uma visita ao Rio de Janeiro para acompanhar o trabalho das For�as Armadas no estado, Temer voltou a se reunir, tamb�m no Jaburu, com ministros e deputados de sua base para tratar dos acertos finais na estrat�gia adotada para engavetar o processo. Um novo balan�o dos votos, seria feito. (Com ag�ncias)