
Venceram o poder de articula��o pol�tica e a experi�ncia no trato com os deputados federais. Duas vezes presidente da C�mara e porta-voz do governo com o Legislativo durante boa parte do mandato de Dilma Rousseff (PT), o presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu derrubar no plen�rio a den�ncia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para que ele fosse investigado por corrup��o passiva no Supremo Tribunal Federal (STF). Em pronunciamento � noite, Temer agradeceu a vota��o obtida pelos “representantes do povo brasileiro” e anunciou que seguir� adiante com as reformas necess�rias para o pa�s “andar nos trilhos”, tais como a previdenci�ria e a tribut�ria.
“Agora, seguiremos em frente com as a��es necess�rias para concluir o trabalho que meu governo come�ou h� pouco mais de um ano. Estamos retirando o Brasil da mais grave crise econ�mica da hist�ria. � urgente colocar o pa�s nos trilhos do crescimento, da gera��o de emprego, moderniza��o e justi�a social”, afirmou o presidente, completando que a sua vit�ria foi “clara e incontest�vel”. Temer precisava que 172 dos 513 deputados votassem a favor do arquivamento da den�ncia para se livrar do processo no STF. Conseguiu bem mais: foram 263 votos pr�-Temer e 227 contra, al�m de 19 aus�ncias e duas absten��es – placar atingido �s 21h51, depois de tr�s horas e 30 minutos de vota��o.

Com o aval da maioria dos deputados, Temer espera agora conseguir aprovar a pol�mica reforma da Previd�ncia – segundo ele necess�ria para colocar as contas p�blicas em ordem. “Faremos todas as demais reformas estruturantes que o pa�s necessita”, discursou. Em nota, o PMDB, partido do presidente, afirmou que foi superada “mais uma dificuldade no plen�rio da C�mara” e que a legenda trabalhar� para que o presidente “possa continuar reconstruindo o Brasil”. “A partir de agora, avan�aremos na transi��o com reformas estruturantes e a��es para que o Brasil volte a ser um pa�s onde as pessoas possam viver com esperan�a”. Os problemas judiciais do presidente, no entanto, n�o acabaram totalmente. Ele ainda poder� ser alvo de nova den�ncia do procurador-geral Rodrigo Janot, desta vez por organiza��o criminosa e obstru��o da Justi�a.
OPOSI��O ADMITE ERRO Ao longo do dia, as articula��es pol�ticas continuaram de lado a lado. Mas deputados da oposi��o j� reconheciam um cen�rio favor�vel a Temer. E admitiram que o grupo errou nas estrat�gias para afastar o peemedebista. O primeiro foi no in�cio da tarde, quando inscreveram v�rios parlamentares para discursar na tribuna, ajudando a atingir o qu�rum de 342 deputados para iniciar a vota��o do relat�rio. Al�m disso, o governo conseguiu convencer dissidentes da base, como parte dos tucanos, a comparecer ao plen�rio para garantir o n�mero m�nimo de parlamentares necess�rios para a reuni�o.
� tarde, o presidente se reuniu com ministros e assessores no Pal�cio do Planalto para assistir � sess�o, que durou quase 13 horas. Um dos ministros que estiveram no gabinete de Temer para acompanhar a sess�o foi Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, respons�vel por consolidar os mapas da vota��o elaborados por deputados da base. Temer ainda almo�ou com Padilha, Moreira Franco (Secretaria-Geral), o porta-voz Alexandre Parola, o secret�rio de Comunica��o Social, M�rcio Freitas, o secret�rio de Imprensa, Luciano Suassuna e o marqueteiro Elsinho Mouco. Na agenda oficial, o presidente recebeu 18 deputados, dos quais 13 n�o revelaram o voto ou haviam se declarado indecisos. Padilha disse que a rejei��o da den�ncia revela a “for�a” do governo para emplacar a agenda de reformas no Congresso ainda neste ano. “A pr�xima batalha � a retomada da reforma da Previd�ncia”, afirmou. (Com ag�ncias).
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