
Bras�lia - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a rejei��o da den�ncia contra o presidente Michel Temer pela C�mara revela a "for�a" do governo para emplacar a agenda de reformas no Congresso ainda neste ano. "A pr�xima batalha � a retomada da reforma da Previd�ncia", afirmou � reportagem.
Mesmo com a infidelidade demonstrada por deputados do PSDB e sem reunir 308 votos - patamar necess�rio para aprovar mudan�as na Previd�ncia -, Padilha amenizou a crise pol�tica. "N�o haver� retalia��o a partidos", assegurou o ministro. "N�s temos toda a boa vontade poss�vel com o PSDB, que tem nosso cr�dito."
Nesta quarta-feira, 2, Padilha passou boa parte do dia com Temer, no Planalto, acompanhando a vota��o na C�mara pela TV. Almo�ou com ele, ao lado do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Moreira Franco, do secret�rio de Comunica��o, M�rcio de Freitas, e do publicit�rio Elsinho Mouco. Quando Temer viu que a vit�ria estava assegurada, recorreu a seu estilo formal para aplaudir: "Finalmente, a lei est� sendo levada a seu devido lugar".
Qual o maior desafio do governo ap�s o arquivamento da den�ncia contra Michel Temer?
A pr�xima batalha � a retomada da reforma da Previd�ncia. Este � o item n�mero um da nossa agenda e o grande desafio que temos. A meta � ver se conseguimos, ainda neste m�s de agosto, chegar ao patamar de 17 de maio (quando o governo dizia ter perto de 300 votos e veio � tona a dela��o da JBS), para que possamos votar a reforma na C�mara. A ideia � ter essa vota��o encerrada no Senado na primeira quinzena de outubro.
Mas a vota��o mostrou que o governo n�o tem os 308 votos necess�rios para aprovar a reforma da Previd�ncia na C�mara...
O resultado de hoje � uma demonstra��o de for�a do governo e os indicadores apresentam n�meros altamente positivos. Embora n�o seja a mesma coisa, � muito auspicioso o n�mero de votos que conseguimos para a rejei��o da den�ncia contra o presidente.
O problema � que a base aliada continua muito dividida e essa reforma � muito impopular.
N�s estamos reaglutinando a base nesse processo. N�o h� parlamentar da base que n�o esteja convencido de que a reforma da Previd�ncia � imperiosa. Se n�o a fizermos, em 2024 toda a receita da Uni�o vai para a folha de pagamento dos servidores, al�m de sa�de, educa��o (despesas obrigat�rias por lei) e previd�ncia. Nada mais. Da� em diante tudo vai piorando e n�o teremos os mesmos recursos nem para sa�de e educa��o.
Como contornar o racha do PSDB e mant�-lo na base?
O PSDB est� dividido, meio para c� e meio para l�, mas isso � um problema interno do partido. N�s temos toda a boa vontade poss�vel com o PSDB, que tem nosso cr�dito. N�s n�o queremos que o PSDB saia.
Haver� retalia��o aos aliados infi�is, exonera��es, mudan�as no minist�rio?
N�o haver� retalia��o aos partidos.
Fala-se que o governo teve uma vit�ria de Pirro, porque o presidente continua muito enfraquecido e n�o ter� for�a suficiente para aprovar as reformas. Como o senhor responde?
Conversa. Quero saber qual foi o governo, na hist�ria recente do Brasil, que conseguiu aprovar tanto quanto n�s aprovamos no Congresso. A reforma trabalhista era um tema tabu e n�s conseguimos fazer mais de cem altera��es na CLT.
O governo ter� for�a para reagir novamente se o procurador-geral Rodrigo Janot apresentar mais den�ncias?
Se houver outra den�ncia, ter� o mesmo tratamento que teve essa. Vamos trabalhar pela rejei��o dela na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) e no plen�rio da C�mara.
A oposi��o alega que o governo s� conseguiu esse placar por causa do "toma l� d� c�", distribuindo cargos e emendas.
N�o houve toma l� d� c�. As emendas s�o impositivas e foram empenhadas tanto para a base do governo como para a oposi��o. Todos t�m direito.