
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse neste domingo (6), que o fim do mandato de Rodrigo Janot vai restabelecer a "normalidade na rela��o" do STF com a Procuradoria-Geral da Rep�blica. Gilmar reafirmou que o Supremo ficou "a reboque" de impulsos do procurador-geral. Ele ainda desejou "boa viagem" a Janot na sa�da do comando do Minist�rio P�blico Federal.
]"Certamente o tribunal (STF) vai acertar o passo (quando acabar mandato de Janot). Acho que haver� o restabelecimento da normalidade na rela��o do tribunal com a PGR", disse Gilmar ao Estado.
O presidente do TSE esteve neste domingo em Manaus para supervisionar as elei��es suplementares para governador.
A declara��o de Gilmar vai na mesma linha da do presidente Michel Temer, que em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira (4/8) firmou que a mudan�a na chefia da Procuradoria-Geral da Rep�blica vai dar "rumo correto" � Opera��o Lava Jato.
Ontem, em mais um ataque ao procurador-geral, o ministro do STF disse que Janot perdeu "todas as condi��es de equil�brio para continuar exercendo o cargo". O mandato de Janot termina no dia 17 do pr�ximo m�s, quando ele ser� sucedido pela subprocuradora Raquel Dodge.
Gilmar criticou novamente a atua��o do STF, que, segundo disse, "ficou a reboque de impulsos do procurador-geral, permitindo a viola��o da lei de dela��o e uma s�rie de abusos nessa �rea". De acordo com o Gilmar, os ministros est�o rediscutindo esses temas na Corte.
Semipresidencialismo
Na capital do Amazonas, Gilmar informou que participaria de um jantar na noite de ontem com Temer. Segundo ele, a pauta seria a reforma pol�tica.
"Temos feito sugest�es �s comiss�es do Congresso. Tenho batido muito na necessidade de pensar um semipresidencialismo. Alguma coisa que mesclasse uma presid�ncia com algum significado forte, mas que tamb�m valorizasse a governabilidade com um primeiro ministro", afirmou.
Para o presidente do TSE, o ideal para o Pa�s seria uma mistura dos modelos franc�s e portugu�s. Na sua avalia��o, o modelo brasileiro gera "crises continuadas". "Dos quatro presidentes da nova Rep�blica, s� dois terminaram o mandato integralmente. Toda vez que temos crises mais profundas vem a discuss�o sobre impeachment ou f�rmulas desse tipo", afirmou.
Um dos pontos que parece ter unanimidade na reforma pol�tica que tramita no Congresso � o financiamento p�blico de campanhas. Caso seja aprovado, caberia ao TSE administrar os recursos. Gilmar avalia que isso gera questionamentos. "A dificuldade agora � usar dinheiro p�blico em um sistema aberto. Como vai distribuir? Qual � o crit�rio?"
"N�s temos defendido um modelo de lista pr�-ordenada, porque a campanha seria feita em nome do partido. Mas disseram que isso iria gerar manipula��o", destacou o ministro.