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Estado de Minas

Acordos de dela��es est�o paradas esperando a troca de comando da PGR

A que se encontra em est�gio mais avan�ado � a do doleiro L�cio Funaro; demais advogados


postado em 16/08/2017 09:01 / atualizado em 16/08/2017 09:18

Janot deixa o comando do MPF em menos de cinco semanas: delação de Lucio Funaro deve avançar até lá(foto: Evaristo Sá/AFP)
Janot deixa o comando do MPF em menos de cinco semanas: dela��o de Lucio Funaro deve avan�ar at� l� (foto: Evaristo S�/AFP)

Tr�s meses ap�s o estouro da dela��o da JBS, que provocou estragos na rela��o do presidente Michel Temer com o Congresso, nenhuma outra colabora��o premiada avan�ou ou provocou tremores no cen�rio pol�tico brasileiro. A que se encontra em est�gio mais avan�ado � a do doleiro L�cio Funaro. Todos os demais advogados pisaram no freio � espera da troca de guarda no Minist�rio P�blico Federal. E que a chegada de Raquel Dodge d� um novo rumo ao destino dos r�us.
 

A esperan�a � de que, por ter uma base criminalista forte e ser mais garantista, Dodge torne mais f�cil o debate sobre a concess�o de habeas corpus, em um momento no qual o Supremo Tribunal Federal come�ar� a questionar a validade de pris�es em segunda inst�ncia. “Vai acabar aquela �nsia de ter que delatar para escapar da cadeia”, afirma um jurista que acompanha o caso.

Janot, diferentemente de Dodge, tem sua atua��o mais concentrada na �rea civil. Mas interlocutores sabem que os passos da futura procuradora precisam ser cuidadosos, para que ela n�o seja acusada de querer enterrar a Opera��o Lava-Jato. “Ela errou ao encontrar-se com Michel Temer fora da agenda. Por isso, precisa ser cautelosa”, alertou um procurador.

Desde o pol�mico acordo firmado por Joesley Batista, pouca coisa avan�ou no campo das dela��es, que j� foram uma arma fundamental nas investiga��es da Opera��o Lava-Jato. Uma das poucas que deve ser homologada antes da sa�da de Rodrigo Janot � a do doleiro L�cio Funaro. As demais entraram em regime de hiberna��o ou ser�o feitas dentro de par�metros muito mais conservadores.

� o caso da dela��o da OAS, por exemplo. A ideia inicial era que fossem escolhidos 50 delatores, mas agora o n�mero deve passar em pouco dos 20. Com isso, o texto ficar� mais conciso, o que facilitaria a homologa��o pelo Minist�rio P�blico e pelo Supremo Tribunal Federal. Para as empresas, � fundamental o fechamento das dela��es dos executivos, como uma maneira de facilitar acordos de leni�ncia que permitam a volta delas ao mercado.

“Malfeitos”

Funaro est� bem adiantado em sua dela��o e leva vantagem em rela��o ao ex-presidente da C�mara, Eduardo Cunha. Acertou os ponteiros com o Minist�rio P�blico Federal antes e, como as revela��es dele e de Cunha tendem a ser as pr�ximas, o peemedebista perdeu a primazia. Al�m disso, Cunha estaria muito disposto a entregar “malfeitos” dos outros, mas nenhuma disposi��o para admitir os pr�prios crimes. Por isso, o Minist�rio P�blico resiste a fechar um acordo com o ex-presidente da C�mara.

No caso do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, o problema � outro. O petista j� admitiu que seu sucessor, Guido Mantega, negociava informa��es secretas de pol�tica econ�mica com os bancos. Mas n�o sinaliza o mesmo �mpeto para aprofundar-se em eventuais crimes cometidos por Lula e Dilma. “Ele n�o quer comprar briga com Lula e com o PT”, resumiu um jurista que acompanha as negocia��es.

H� quem considere que os pr�prios termos que ampararam o acordo da JBS desmoralizaram o instituto da dela��o. “Depois disso se multiplicaram as acusa��es de falhas em depoimentos, questionamentos quanto � postura dos procuradores. Al�m disso, o fato de os delatores n�o terem tido qualquer tipo de puni��o gerou um desconforto em todos os envolvidos na Lava-Jato”, acusou um advers�rio de Janot.
 
Efeitos no mercado

A JBS voltou a recuperar o mesmo patamar econ�mico que tinha antes da dela��o premiada dos irm�os Wesley e Joesley Batista. “� um grupo muito forte, comanda o mercado e pode regular a pr�pria produ��o para garantir o pre�o que lhe interessa”, reconheceu um integrante do mercado financeiro.
 
Ficou para tr�s o temor dos integrantes da holding de que seria necess�rio desfazer de alguns ativos para n�o afundar. Nem mesmo o fato de o presidente Michel Temer ter escapado da den�ncia apresentada por Rodrigo Janot parece abalar a confian�a no futuro da JBS. “Eles continuam muito maiores e mais s�lidos que seus concorrentes”, garantiu um empres�rio do setor de alimentos.
 
Os investidores tamb�m est�o menos preocupados com poss�veis oscila��es decorrentes da Opera��o Lava-Jato. Ontem, por exemplo, a opera��o que envolveu o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, n�o provocou abalo nas bolsas nem no pre�o do d�lar.
 
Segundo um investidor, em 2014 e 2015, quando estouravam opera��o da Pol�cia Federal, os agentes econ�micos corriam para os terminais para entender o que estava acontecendo. Aos poucos, com o avan�ar dos meses e a repeti��o das opera��es,  as turbul�ncias passaram a ser precificadas.


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