S�o Paulo - Ao mandar prender o ex-l�der dos governos Lula e Dilma na C�mara, C�ndido Vaccarezza, o juiz federal S�rgio Moro ressaltou que o ex-deputado aparece com a alcunha de ‘”parceiro” em cinco “projetos”’ na Petrobras, que constam em planilhas dos operadores de propinas Jorge e Bruno Luz.
O neg�cio da Sargeant Marine com a Petrobras culminou na celebra��o de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milh�es. A empresa fazia fornecimento de asfalto para a estatal e foi citada na dela��o do ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa.
Em dela��o, o ex-diretor da Petrobras lobista afirmou que Jorge Luz que teria intermediado o neg�cio e ganhou uma comiss�o. Segundo a Lava Jato, US$ 500 mil da comiss�o do lobista estariam acertados para abastecer o PT e Vaccarezza teria atuado pelo partido.
Em relat�rio, a Pol�cia Federal destacou que na 16ª fase da Lava Jato, deflagrada contra desvios na Eletronuclear, foram apreendidos arquivos referentes a ‘e-mails vinculados � conta [email protected] os quais demonstram uma complexa tratativa para o fornecimento de produtos e servi�os � Petrobras, envolvendo funcion�rios p�blicos da estatal petrol�fera, executivos de empresas nacionais e internacionais, bem como agentes pol�ticos’.
“Ao que tudo indica, referida conta de e-mail n�o era utilizada para enviar e receber mensagens eletr�nicas, mas era compartilhada por diversos usu�rios, mediante uso de uma senha em comum, para escrever e responder mensagens, salvando-as na pasta draft, onde ficavam salvas e acess�veis a todos os usu�rios da conta [email protected]”, diz a PF.
Nos e-mails, constavam trocas de mensagens que, segundo a Pol�cia Federal, revelam ‘claras refer�ncias a interfer�ncias para contrata��o da Sargeant Marine, pela Petrobras, para fornecimento de asfalto, com envolvimento de SIL (SIllas Oliva FIlho), LEDU (Luiz Eduardo Loureiro Andrade), BR ou BL (Bruno Luz), PR (Paulo Roberto Costa), ROBERTO (Roberto Finocchi, executivo da Sargeant Terminals Tampa), Elisabeth (Elisabeth Regina de Souza, funcion�ria da Petrobras cujo nome constou em contrato entre a Petrobras e a Sargeant Marine, em julho de 2010); JP (Jos� Raimundo Brand�o Pereira, ent�o funcion�rio da Petrobras, na �rea de Marketing e Comercializa��o), MA (Marcio de Albuquerque Ache Cordeiro, ex-funcion�rio da Petrobras)’.
A Pol�cia Federal identificou ainda o codinome ‘V1' e o atribui a C�ndido Vaccarezza. Outra sigla, CH, seria uma refer�ncia ao empres�rio Carlos Henrique Nogueira Herz.
Em um dos e-mails apreendidos da conta [email protected], consta um relato de Carlos Henrique Nogueira Herz que, segundo a PF, narra ‘diversas provid�ncias il�citas tomadas’ em reuni�o entre empres�rios e agentes pol�ticos e o ent�o diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O e-mail revela que V1, apelido atribu�do a Vaccarezza, ‘fez a introdu��o da conversa referindo-se �s discuss�es anteriores com V2 e JL durante almo�o em Bras�lia em final de mar�o, enfatizando os interesses do partido para que os neg�cios fossem viabilizados em tempo adequado’.
Em uma planilha apreendida no pen drive de Bruno Luz, s�o identificados pelo menos cinco neg�cios da Petrobras em que ‘V1’ consta como ‘parceiro’.
“Releva ainda destacar que foi colhido outro arquivo eletr�nico no referido pen drive que sugere o envolvimento de C�ndido Elp�dio de Souza Vaccarezza em outros neg�cios intermediados por Jorge Ant�nio da Silva Luz e Bruno Gon�alves Luz na Petrobras, al�m do contrato de fornecimento do asfalto. Tal arquivo est� reproduzido na fl. 290 da representa��o e ali se constata o seu apontamento como “parceiro”, em cinco “projetos”, ele identificado pela sigla “V1 e V2”, a refer�ncia aos agentes pol�ticos”, frisou Moro, ao pedir a pris�o de Vaccarezza.
