
As grava��es a que Dilma se refere s�o as dos delatores da JBS. No �udio de quatro horas, que chegou "acidentalmente" � Procuradoria, Joesley Batista, principal acionista da empresa, e o executivo Ricardo Saud revelam como pretendiam neutralizar a ofensiva dos investigadores contra o grupo, inclusive por meio de uma suposta coopta��o de ministros do Supremo.
A den�ncia contra Dilma inclui seu antecessor, Lula, cinco ex-ministros petistas (Ant�nio Palocci, Guido Mantega, Edinho Silva, Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo) e o ex-tesoureiro do partido, Jo�o Vaccari Neto.
"A den�ncia escrita pela Procuradoria da Rep�blica acusando a mim de pertencer, e ao PT de constituir, uma organiza��o criminosa � um documento que deve ter sido reunido �s pressas e baseado, exclusivamente, em depoimentos de delatores premiados", reagiu Dilma, em nota.
A ex-presidente afirma que "n�o h� comprova��o resultante de qualquer investiga��o feita". "Apenas ila��es, dedu��es e insinua��es tratadas como verdade. Apenas as convic��es dos acusadores, baseadas em modelos fantasiosos."
Ao apontar para a reviravolta do caso JBS, Dilma enfatiza o �udio de quatro horas que faz Bras�lia ferver. "Os pr�prios delatores declaram que para obter o pr�mio da integral impunidade ou da redu��o da pena dizem aquilo que acreditam ser o que os procuradores querem ouvir."
A nota de protesto de Dilma aponta para outro esc�ndalo que sacode o Pa�s, os R$ 51 milh�es em dinheiro vivo encontrados nesta ter�a-feira, 5, em um apartamento na Gra�a, Salvador, apontado como bunker do ex-ministro do Governo Michel Temer e ex-dirigente da Caixa de seu pr�prio governo, Geddel Vieira Lima.
"Na semana em que o pa�s toma conhecimento da deteriora��o �tica e moral que cerca o mercado da corrup��o, no dia em que a pol�cia encontra uma d�zia de malas cheias de dinheiro roubado por elemento central na articula��o do presidente golpista, o procurador lan�a m�o do diversionismo e encontra respaldo em parte da imprensa brasileira que se transformou em uma fra��o pol�tica, perdendo inteiramente a isen��o."
"A Justi�a e a verdade sempre se imp�em. O STF, certamente, far� justi�a diante da absoluta falta de provas que atestem qualquer dos il�citos denunciados pelo procurador-geral da Rep�blica."
(Luiz Vassallo e Julia Affonso)