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Estado de Minas

Janot afirma que entrega dos novos �udios de delatores foi uma 'casca de banana'

De acordo com o ex-procurador, o material n�o foi enviado � PGR antes por engano


postado em 20/09/2017 12:19 / atualizado em 20/09/2017 12:51

O ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot afirmou que os novos �udios gravados por delatores do grupo J&F com conte�do capaz de anular o acordo dos executivos Joesley Batista e Ricardo Saud n�o foram enviados � Procuradoria-Geral da Rep�blica por engano. Segundo ele, tratou-se de uma "casca de banana".

As grava��es fizeram com que Janot pedisse abertura de inqu�rito ao Supremo Tribunal Federal para investigar os ind�cios de conduta criminosa dos delatores.

Em uma das grava��es, de quatro horas, Batista e Saud falam sobre suposta atua��o do ent�o ex-procurador da Rep�blica Marcello Miller, dando a entender que ele estaria auxiliando na confec��o de propostas de colabora��o para serem fechadas com a PGR. Tal conduta configuraria, em tese, crime e ato de improbidade administrativa.

"Na leitura que fizemos, isso (entrega de �udios indicando omiss�o de informa��es aos procuradores) n�o poderia ter sido um equ�voco, foi uma casca de banana mesmo. O ministro (Edson) Fachin (relator da Lava Jato no STF) lacrou os 11 �udios, nem n�s conhecemos. Eles, com medo de um dos 11 �udios ser um dos que est�o recuperados pela pol�cia, colocaram um jabuti. L� na frente, quando estourasse o neg�cio, diriam que entregaram e n�s ficamos calados. � �bvio que foi uma armadilha. E como desarma uma armadilha? Coloca luz sobre ela. Santa Carol (procuradora Ana Carolina Rezende)!", relatou Janot em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

Fora do cargo h� tr�s dias, Janot j� espera uma press�o ainda maior agora que deixou a chefia do Minist�rio P�blico. "A press�o para cima de mim s� vai aumentar", diz o ex-procurador.

Janot afirma, ainda, que n�o foi � cerim�nia de posse da sucessora Raquel Dodge porque n�o foi convidado e, sobre as acusa��es de agir com interesses partid�rios, afirma que "n�o criminalizou a pol�tica, criminalizou os bandidos".

Embora sem criticar diretamente Raquel, Janot disse ter se "espantado" com a mudan�a na equipe da Lava Jato - apenas dois procuradores que trabalhavam com ele na opera��o foram mantidos. "Eu me espantei porque havia of�cio formal, com convite para que toda a equipe da Lava Jato continuasse", disse. O ex-procurador-geral diz que, durante churrasco de sua despedida no s�bado, 16, dois procuradores de sua equipe receberam um telefonema da equipe de Raquel sendo desconvidados para a for�a-tarefa, Fernando Alencar e Rodrigo Telles.

Ausente na cerim�nia de posse de Raquel, na segunda-feira, Janot diz que "quem vai em festa sem convite � penetra". Com a presen�a do denunciado presidente Michel Temer (PMDB) na cerim�nia, o ex-procurador geral nega que se sentiria constrangido na presen�a do peemedebista. "Estou na minha casa, as pessoas que t�m que se sentir constrangidas, n�o sou eu", disse.

Janot prefere n�o responder se h� riscos para a Opera��o Lava Jato com a sua sa�da, mas diz duvidar que mudan�as atinjam as for�as-tarefa de Curitiba, Rio e S�o Paulo. "Se houver risco, n�o acredito que isso contamine nem Curitiba, nem Rio, nem S�o Paulo, que j� t�m investiga��es com pernas pr�prias".

Sobre a comiss�o criada no Congresso para investigar empr�stimos da JBS no BNDES, Janot acredita que ela � para "investigar os investigadores". "Essa CPI n�o pode ser a CPI dos investigadores. Essa CPI tem que seguir o escopo dela. N�o � a CPI dos empr�stimos do BNDES? E querem investigar quem? Eu?", questiona.

O ex-procurador-geral diz, ainda, que faz parte da defesa ter como estrat�gia desconstruir a figura do acusador. "De repente, passo a ser o vil�o da hist�ria", disse na entrevista. "O que fizeram comigo v�o fazer com outros".

O encontro com o advogado Pierpaolo Bottini, que representa Joesley, em um bar, foi justificado por Janot. "Meio dia, em um lugar p�blico, frequentado por um zilh�o de pessoas? A conversa n�o durou 10 minutos, n�o falamos de trabalho, de nada disso", diz ao justificar que a reuni�o n�o � compar�vel ao encontro de Joesley com Temer no Pal�cio do Jaburu. "E advogado de bandido n�o � bandido, a gente tem que ter esse relacionamento", acrescenta.

Janot n�o quis dizer se se sentiu tra�do pela suspeita de o ex-procurador Marcelo Miller ter tido encontros pr�vios com os delatores. "Se ele fez isso, foi sem o nosso conhecimento. E se fez sem o nosso conhecimento, ele n�o pode contaminar um ato que � nosso", disse ao defender a validade das provas entregues pelos delatores.

O ex-procurador-geral, por�m, diz que se sentiu tra�do ao saber do caso do procurador �ngelo Goulart, suspeito de ter atuado como infiltrado na for�a-tarefa da Opera��o Greenfield, e confirmou ter vomitado quatro vezes ao ter conhecimento dos fatos.


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