
Nas �ltimas semanas se consolidou no PT a ideia de que o partido vai apostar na candidatura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva at� fim, mesmo que o Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF-4) mantenha a condena��o imposta pelo juiz S�rgio Moro e o petista seja enquadrado na Lei da Ficha Limpa e fique ineleg�vel.
A cristaliza��o da tese de que "n�o existe plano B" no PT tem feito com que os dois principais nomes citados como poss�veis substitutos de Lula no pleito de 2018, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad, ambos ex-ministros, cujo futuro estava indefinido por causa da situa��o do ex-presidente, passassem a investir de forma mais efetiva em outros projetos eleitorais. Ambos se colocaram como candidatos ao Senado Federal.
Embora a percep��o geral no PT seja a de que o TRF-4 deve confirmar a condena��o do petista, lideran�as do partido como a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, dizem que a legenda vai insistir na candidatura de Lula.
Segundo ela, existem precedentes de pol�ticos condenados por �rg�o colegiado que conseguiram disputar elei��es com base em decis�es de tribunais superiores como o Superior Tribunal de Justi�a (STJ), Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um caso citado nos bastidores petistas � o do deputado Paulo Maluf (PP-SP), que teve o registro de candidatura cassado pela Justi�a Eleitoral em 2014 e conseguiu um recurso no TSE, disputou a elei��o e foi o oitavo mais votado do Estado.
Al�m dos recursos aos tribunais superiores, o PT aposta na for�a das mobiliza��es de rua e em campanhas no exterior para garantir o nome de Lula nas urnas em 2018.
Wagner
No in�cio, parte do PT pensou que se tratava apenas de uma tentativa de abafar as especula��es cada vez mais frequentes sobre a substitui��o do ex-presidente. Nos �ltimos dias, por�m, a ideia se cristalizou e os poss�veis substitutos come�aram a se mexer.
Com base em pesquisas locais que o apontam como favorito na disputa pelo Senado, Jaques Wagner j� trabalha para consolidar a candidatura. Segundo interlocutores, ele tem dito explicitamente que a substitui��o de Lula est� descartada e seu destino � mesmo o Senado Federal.
Haddad
O ex-prefeito de S�o Paulo, cujo nome � citado no PT para praticamente todos os cargos em disputa em 2018 (presidente, vice, governador, deputado, senador) almo�ou na semana passada com o presidente estadual do PT de S�o Paulo, Luiz Marinho, e admitiu a possibilidade de ser candidato a senador.
Segundo auxiliares de Haddad, ele considera improv�vel a hip�tese de substituir Lula e muito dif�cil uma candidatura ao governo. Cerca de um m�s atr�s, em reuni�o com a bancada petista na Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp), Haddad havia se colocado "� disposi��o do partido" para uma eventual disputa pelo governo.
Nas �ltimas semanas, com aval de Lula, Marinho tem consolidado a pr�-candidatura ao governo de S�o Paulo e recebeu apoio de Haddad. Em troca ofereceu apoio ao ex-prefeito na disputa interna pela candidatura ao Senado. Haddad aceitou desde que haja um acordo com o vereador Eduardo Suplicy, que foi senador por tr�s mandatos e tamb�m pleiteia a vaga.
"Quero ajudar o Brasil e o mundo a implantar a renda b�sica de cidadania e acho que seria mais produtivo no Senado", disse Suplicy, que confirmou as tratativas com Haddad.
O vereador mais votado da cidade de S�o Paulo, que em 2002 disputou com Lula a vaga na disputa pela Presid�ncia da Rep�blica, disse estar disposto a enfrentar pr�vias contra o ex-prefeito petista.
Segundo petistas que acompanham a evolu��o do quadro em S�o Paulo, � Lula quem vai arbitrar a disputa.