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Estado de Minas

Atua��o de Maia intriga Temer de novo


postado em 08/10/2017 08:55

Bras�lia, 08 - �s v�speras da vota��o da segunda den�ncia contra o presidente Michel Temer, as movimenta��es pol�ticas do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), intrigam o Pal�cio do Planalto. Desde setembro, quando o deputado acusou uma ofensiva do PMDB e do governo para "atropelar" o crescimento do DEM e participou de jantares com colegas da oposi��o, a escalada de atritos entre antigos aliados exp�s o desgaste no relacionamento.

Em conversas reservadas, Temer tem dito que n�o entende o que Maia quer. Mesmo assim, na tentativa de evitar novos problemas, o presidente pediu a auxiliares e a dirigentes do PMDB que "joguem �gua na fervura". A prioridade � evitar mais uma crise no momento em que a C�mara vai decidir o futuro de Temer e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), tamb�m denunciados pela Procuradoria-Geral da Rep�blica.

Quem participou do jantar com Maia na ter�a-feira, na casa da senadora K�tia Abreu (PMDB-TO), disse que ele n�o quer se associar � impopularidade de Temer e pretende se descolar aos poucos, por uma quest�o de sobreviv�ncia pol�tica. O presidente tem apenas 3% de aprova��o, segundo pesquisa Ibope, encomendada pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).

Primeiro na linha de sucess�o da Presid�ncia da Rep�blica e no quinto mandato consecutivo, Maia jura que ser� candidato � reelei��o e a uma nova temporada no comando da C�mara. At� a c�pula do DEM, no entanto, admite que, dependendo do cen�rio, ele pode disputar o Planalto, em 2018.

Voo alto -

"Rodrigo � um grande articulador e tem condi��es de dar voos mais altos. Pode compor qualquer chapa majorit�ria no ano que vem", afirmou o l�der do DEM na C�mara, Efraim Filho (PB). Embora Maia tenha se reunido algumas vezes com o prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), o DEM assegura que n�o o convidou para ser candidato � Presid�ncia.

"Quero ver quem vai ficar descolado do governo no ano que vem, quando o Brasil estar� retomando o crescimento. Se descolar agora, n�o cola mais l� na frente", afirmou o vice-l�der na C�mara, Beto Mansur (PRB-SP).

Maia n�o esconde a irrita��o com o que chama de "fogo amigo" palaciano e recentemente escancarou a contrariedade com a��es de Padilha e Moreira. "Nem na cadeira de presidente eu sento quando o Michel est� fora. N�o fa�o isso de jeito nenhum", contou o deputado, que j� assumiu v�rias vezes o lugar de Temer, em raz�o das viagens do peemedebista. "H� muitas intrigas e espero que eles sejam mais respeitosos comigo", emendou o presidente da C�mara, sempre se referindo ao governo como "eles".

No encontro que teve K�tia como anfitri� - o segundo em menos de duas semanas -, Maia tamb�m fez reparos � atua��o de Temer. Diante de senadores cr�ticos ao governo, como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jorge Viana (PT-AC), apontou erros do Planalto na rela��o com os aliados e disse ter avisado o presidente, quando a C�mara barrou a primeira den�ncia contra ele, em 2 de agosto, que era preciso "reconstruir" o governo, com uma nova cara e uma agenda de desenvolvimento para o Pa�s, se n�o quisesse enfrentar mais turbul�ncias.

Na avalia��o de Maia, como nada disso foi feito, o ambiente pol�tico de hoje � mais adverso a Temer. Embora calculando que o presidente ter� votos para impedir o prosseguimento da segunda den�ncia - desta vez por organiza��o criminosa e obstru��o da Justi�a -, o deputado prev� que a vida do governo n�o ser� f�cil. Em quase todos os partidos h� aliados rebeldes e o PSDB continua cada vez mais dividido.

Temperatura -

O diagn�stico tamb�m est� sendo tra�ado pelo presidente da C�mara em reuni�es mantidas com empres�rios, que vira e mexe o procuram para medir a temperatura da crise. Nem sempre esses encontros constam da agenda oficial. At� mesmo auxiliares de Temer admitem agora que o governo poder� ter menos apoio do que na primeira vota��o - quando conseguiu 263 votos para arquivar a den�ncia por corrup��o passiva -, mas n�o veem riscos para o Planalto. A nova acusa��o do Minist�rio P�blico Federal passar� pelo crivo da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) depois do feriado e ir� a plen�rio por volta do dia 24.

O ministro da Secretaria de Governo, Ant�nio Imbassahy, saiu em defesa de Maia e disse que ele mant�m uma "conduta exemplar". Questionado sobre os rumores de que o presidente da C�mara estaria interessado na cadeira de Temer, Imbassahy encerrou o assunto.

"N�o identifico qualquer 'fogo amigo', at� porque jamais algu�m faria um coment�rio contra o Rodrigo na minha presen�a. Todos sabem da rela��o de confian�a e amizade que temos", disse o ministro, que � filiado ao PSDB.

'Facada nas costas'. As cr�ticas de Maia na dire��o do governo e do PMDB ganharam corpo depois que o partido de Temer pulou na frente do DEM para filiar parlamentares dissidentes do PSB. Na lista estava o senador Fernando Bezerra Coelho (PE). Furioso, Maia falou em "facada nas costas" e n�o poupou o Planalto.

"A gente espera que o PMDB, entendendo tudo que o DEM fez pelo governo at� agora, tire os p�s da nossa porta", reagiu ele, em 20 de setembro. Conhecido pelo estilo passional, Maia parecia outro homem, 15 dias antes, quando assinou o acordo de recupera��o fiscal do Rio com a Uni�o. Presidente em exerc�cio, o deputado foi �s l�grimas naquela cerim�nia. O ajuste nas contas p�blicas ser� sua bandeira da campanha, em 2018. Resta saber a que cargo. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Vera Rosa)


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