
O prefeito Jo�o Doria (PSDB) aproveitou a passagem por Bel�m, no Par�, onde acompanhou as festividades do C�rio de Nazar� para testar uma nova estrat�gia que deve pautar a agenda do tucano nos pr�ximos dias. Se distanciar da imagem de "ser um candidato da direita". Na avalia��o de aliados e auxiliares, ele e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pr�-candidato � Presid�ncia, disputam um mesmo segmento do eleitorado, que nas �ltimas elei��es apoiou candidatos tucanos.
No evento religioso, o tucano alfinetou Bolsonaro que tamb�m visitou a capital paraense. Ao passo que o parlamentar prometeu que "todo brasileiro devia ter uma arma", Doria afirmou: "N�o defendo que todo brasileiro tenha arma em casa. Apoio o direito de quem deseja ter arma, desde que tenha habilita��o para possuir uma."
Doria avalia que a orat�ria inflamada do deputado assusta o mercado. "Os grandes investidores temem discursos radicais que dificultem a retomada dos programas econ�micos", disse ele anteontem ap�s participar da prociss�o do C�rio.
A an�lise do prefeito, feita reservadamente a aliados, � que Bolsonaro avan�ou sobre o eleitorado do PSDB porque est� em campanha aberta, mas esse p�blico, que votou em Fernando Henrique Cardoso ou Jos� Serra no passado n�o tolera posi��es radicais. "Sou liberal de centro. N�o sou nem direita nem esquerda", disse a jornalistas, ap�s almo�o com empres�rios na Associa��o Comercial do Par�.
Antipetismo
Doria tem avaliado internamente que tanto ele quanto Bolsonaro v�o disputar votos do antipetismo - caso sua candidatura seja confirmada pelo PSDB ou ele decida sair candidato por outro partido. Por isso, manteve seus ataques ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Agora, por�m, Bolsonaro tamb�m virou alvo das provoca��es do prefeito. "N�o permitam que extremistas de esquerda e direita se sobreponham � maioria", disse ele em Bel�m.
Bolsonaro evita ataques ao prefeito. Recentemente em sua p�gina no Facebook chegou a fazer elogios ao tucano ao comentar a pesquisa Datafolha, mas alfinetou. "Ele t� at� fazendo um bom trabalho enquanto prefeito de S�o Paulo. S� tem que louvar, n�? Agora, tem uma coisa ao meu lado important�ssima: eu tenho o povo."
Doria e Bolsonaro t�m adotado estrat�gias diferentes em suas viagens pelo Brasil. Os deslocamentos do deputado, sempre em avi�o de carreira, s�o precedidos de intensa campanha no local da visita. Em Bel�m, o deputado Eder Mauro (PSD-PA) espalhou 40 outdoors pela cidade convocando as pessoas para receberem Bolsonaro no aeroporto. J� Doria viaja em seu avi�o particular. Um micro �nibus foi alugado para receber sua comitiva, com pouco mais de dez pessoas. N�o havia claque no aeroporto, mas o prefeito atraiu grandes plateias nos eventos. O p�blico mais recorrente, por�m, � empresarial.
Avalia��o
O prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), disse ontem que todas suas viagens est�o mantidas mesmo depois de pesquisa Datafolha revelar a alta taxa de reprova��o �s aus�ncias do tucano e sua poss�vel candidatura � Presid�ncia. "N�o muda nada em rela��o �s viagens, nem nacionais e nem internacionais", afirmou Doria, que na nesta semana viaja para a It�lia.
Sempre que questionado publicamente, o prefeito nega estar em campanha e diz que muitas de suas viagens t�m como foco a busca de investimentos. Doria t�m argumentado que a Prefeitura n�o tem recursos e que sua administra��o depende de apoio do setor privado.
A pesquisa mostrou que sua aprova��o entre os paulistanos caiu de 41% para 32%. Metade das pessoas ouvidas acredita que o prefeito viaja mais do que deveria. O levantamento tamb�m revelou que 49% acha que as viagens trazem mais preju�zos que benef�cios � cidade. O levantamento tamb�m apontou que 58% dos paulistanos querem que ele permane�a � frente da Prefeitura, em vez de disputar outro cargo.