Raquel Dodge d� parecer por manter presos Joesley Batista e Ricardo Saud

Bras�lia, 09 - Afirmando que o empres�rio Joesley Batista tem "impulso voltado a praticar crimes capazes de aumentar o seu poder econ�mico", a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da manuten��o da pris�o preventiva do dono do Grupo J&F e do ex-executivo do grupo Ricardo Saud. O relator Edson Fachin, que determinou a pris�o, pediu a opini�o da Procuradoria-geral da Rep�blica depois que os investigados recorreram dessa decis�o.

Dodge afirmou que a soltura de ambos traria risco � investiga��o e � instru��o criminal, � ordem p�blica e � aplica��o da lei penal. Afirmando que Joesley � "integrante de organiza��o criminosa dotada de elevado poderio econ�mico", a procuradora-geral destacou que a suspeita de Joesley ter se valido de informa��es privilegiadas para fazer opera��es no mercado financeiro, afirmando que o empres�rio tem "impulso voltado a praticar crimes capazes de aumentar o seu poder econ�mico".

"H� claras evid�ncias de omiss�o de fatos graves, do ajustamento de depoimentos e declara��es, al�m da apresenta��o de provas e fatos ainda n�o revelados �s autoridades, apenas no momento mais oportuno para defesa", disse Dodge.

"N�o se pode olvidar, tamb�m, que o grande poder econ�mico do recorrente - que conta com propriedades, contas e resid�ncia no exterior - evidencia uma clara possibilidade de oculta��o de bens e provas no estrangeiro, al�m de um fundado risco de fuga, o que representaria embara�o evidente � aplica��o da lei penal", disse Dodge sobre Joesley.

"Os fatos de que se tem not�cia s�o grav�ssimos, o caso � emblem�tico e sem precedentes na hist�ria do Pa�s, de forma que as investiga��es devem ser conduzidas com seriedade e cercadas de extrema cautela pelo Minist�rio P�blico e pelo Poder Judici�rio. N�o h� espa�o para incertezas", assinalou.

Dodge afirmou, ainda, que h� ind�cios de omiss�o intencional, premeditada e de m�-f� de fatos, incluindo sobre a participa��o de Marcello Miller enquanto ainda era procurador da Rep�blica.

As evid�ncias encontradas n�o dizem respeito apenas � poss�vel atua��o il�cita do ex-Procurador da Rep�blica Marcelo Miller, o �udio e seu conte�do demonstram, tamb�m, que os colaboradores est�o agindo de forma orientada e que seus depoimentos buscam esclarecer de forma homog�nea apenas os fatos que lhes interessam expor.

Sobre Ricardo Saud, ex-diretor de rela��es institucionais do Grupo J&F, Dodge afirmou que "a omiss�o a ele imputada, e que restou evidenciada nos autos, � referente ao poss�vel conhecimento de fatos il�citos que teriam sido praticados por terceiras pessoas, as quais teriam prestado servi�os � organiza��o criminosa, e que nunca foram informados �s autoridades competentes".

Ela destacou a cidadania paraguaia de Saud. "N�o se pode olvidar, tamb�m, que o poder econ�mico ostentado pelo recorrente e o fato de ter cidadania paraguaia - mantendo, inclusive no Paraguai, conta banc�ria n�o informada �s autoridades brasileiras - evidencia uma clara possibilidade de oculta��o de bens e provas no estrangeiro, al�m de um fundado risco de fuga, o que representaria embara�o evidente � aplica��o da lei penal", disse.

(Breno Pires)