
O acordo de colabora��o foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Funaro cita o presidente Michel Temer como benefici�rio de repasses de Cunha. Disse tamb�m que Temer atuou em defesa de empresas portu�rias durante a tramita��o da Medida Provis�ria dos Portos, em 2013. O Planalto nega as acusa��es.
A grava��o em v�deo do depoimento prestado por Funaro � Procuradoria-Geral da Rep�blica, em 23 de agosto, foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Ao descrever o modus operandi do repasse de propinas na Caixa Econ�mica Federal, Funaro contou que entre 60% e 65% do valor de cada opera��o ficava com Geddel Vieira Lima, depois de assumir a vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica do banco, em 2011. Ele deixou o cargo em 2013, mas manteve ascend�ncia na Caixa, segundo o operador.
“O resto (40% a 35%) eu e o Cunha mei�vamos no meio ou eu dava 5% a mais para o Cunha e o resto para mim, dependia da opera��o e da necessidade de caixa que ele tinha”, afirmou Funaro. O operador classificou sua rela��o com o ex-presidente da C�mara “muito boa”, porque n�o se importava em destinar um valor maior a Cunha do que a ele pr�prio, se fosse para contemplar o “projeto pol�tico dele”. “Falava ‘t� bom’ porque apostava que ele realmente ia chegar onde chegou, que foi chegar a ser a pessoa que teve mais import�ncia e poder no Brasil. Foi um per�odo curto de tempo, mas ele chegou.”
Lucio Funaro revelou que teve “uma briga imensa” em 2012 com o empres�rio Marcos Molina, da Marfrig, para que ele liberasse propina de R$ 9 milh�es negociada em troca de financiamento de R$ 350 milh�es da Caixa em 2012. Molina tinha “sumido, parou de atender o telefone” e o operador o chamou ent�o para conversar no escrit�rio. Disse que n�o conseguia “fazer dinheiro” e o operador protestou veementemente. “No dia seguinte, come�ou a vir o dinheiro”, afirmou.
Funaro disse ainda que evitava deixar montantes de dinheiro em esp�cie no escrit�rio. “Se eu n�o tivesse o que fazer com o dinheiro, n�o deixava dormir dinheiro dentro do escrit�rio, porque tinha medo de ter opera��o da Pol�cia Federal.”
A Marfrig alega que “se trata de uma quest�o antiga, j� investigada e esclarecida pela empresa �s autoridades”. “O empr�stimo tomado pela Marfrig, em 2012, foi feito sob condi��es e taxas de mercado.
Os valores foram integralmente quitados pela empresa. Os �nicos honor�rios pagos pela Marfrig � Vizcaya Holding ou qualquer outra empresa relacionada ao investigado totalizaram R$ 617 mil– valor atestado pela �rea de compliance da companhia, pela auditoria independente KPMG e informado as autoridades competentes.”