O empres�rio Mariano Marcondes Ferraz, representante da empresa Decal do Brasil, afirmou em interrogat�rio nesta ter�a-feira, 17, perante o juiz federal S�rgio Moro, que a Opera��o Lava-Jato "foi um grande al�vio" e que "nunca mais" vai pagar propina.
O executivo � acusado pelo Minist�rio P�blico Federal pelos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro em raz�o do pagamento de propina de US$ 868.450,00, para obter a renova��o do contrato firmado entre a Decal do Brasil e a Petrobras, no Porto de Suape, em Pernambuco.
Mariano confirmou a Moro o pagamento de vantagem indevido ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo o empres�rio o ex-dirigente da estatal disse a ele "que para a coisa caminhar era necess�rio fazer um pagamento".
"Foi direto ao assunto", relatou Mariano.
A for�a-tarefa da Lava Jato narra na den�ncia que, em 2006, a Petrobras contratou a Decal do Brasil para a presta��o de servi�os de armazenagem e acostagem de navios no Porto de Suape (PE), com prazo de dura��o de cinco anos. Ao final do contrato, relata a Procuradoria da Rep�blica, no Paran�, havia resist�ncia da estatal em realizar nova contrata��o da empresa, que insistia em renovar o contrato com pre�os majorados.
O pagamento de propina, afirmam os procuradores, come�aram em 2011 e ocorreram por meio de tr�s repasses ao ent�o diretor da estatal em conta offshore. Naquele ano foram pagos US$ 439.150,00.
Mariano contou que a renova��o ocorreu em 2012. Houve pagamentos em agosto daquele ano e em fevereiro de 2014.
"Teve um pagamento inicial, s�o US$ 240 mil, que na realidade foi um pagamento, eu fiz um c�lculo de um ano de contrato com a comiss�o que havia sido definida que era um ano e meio, quer dizer, tinha sido solicitada, no sentido de que ele mencionou que o m�nimo da comiss�o seria um e meio. De prontid�o eu aceitei, naquele momento da reuni�o. O que foram feitos foram c�lculos baseados no contrato mensal e na realidade eu convertia naquele momento para fazer os pagamentos em d�lar", afirmou.
Moro questionou o empres�rio se os pagamentos haviam parado em 2014.
"Pagamentos posteriores n�o teve. A realidade foi que o pagamento parou porque, enfim, foi o in�cio da Opera��o Lava Jato. Na realidade essa opera��o � um grande al�vio para v�rios empres�rios que sofreram essa mesma situa��o", declarou Mariano.