Bras�lia – A tr�s dias para a segunda den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) contra o presidente Michel Temer ser votada no plen�rio da C�mara dos Deputados, o Planalto procura dar demonstra��es de que o problema j� est� resolvido. Temer tenta passar uma imagem de serenidade, e pretende lan�ar o projeto “Agora � avan�ar”, buscando agenda positiva em meio � crise. Aliados acreditam que a acusa��o de obstru��o de Justi�a e participa��o em organiza��o criminosa dever� ser rejeitada por, no m�ximo, 260 parlamentares, n�mero inferior ao esperado, mas garantia de vit�ria na Casa.
Embora a base aliada esteja dividida, at� mesmo a oposi��o j� admite, nos bastidores, que a den�ncia apresentada contra o presidente ser� rejeitada pela C�mara, ainda que o apoio seja menor. A avalia��o no Planalto � de que o governo poder� ter menos do que os 263 votos obtidos em 2 de agosto, quando os deputados impediram o prosseguimento da primeira acusa��o — de corrup��o passiva. Mas, mesmo assim, conseguir� superar o obst�culo.
O problema � que a popularidade de Temer est� em queda, dela��es da Lava-Jato amea�am atingir novamente o primeiro escal�o, al�m da c�pula do PMDB, e a crise continua batendo � porta do Planalto. Com apenas 3% de aprova��o, de acordo com a mais recente pesquisa Ibope, encomendada pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Temer tentar� repaginar sua imagem e apostar em um “governo de resultados”.
A propaganda ser� ancorada em tr�s eixos principais. O primeiro vai mostrar a redu��o do desemprego e a melhoria, ainda que incipiente, de indicadores econ�micos, como PIB, infla��o e juros. O segundo dir� que o governo conseguiu avan�os por meio de reformas estruturantes — como a do teto dos gastos p�blicos e a nova lei trabalhista. E o terceiro bater� na tecla de que as institui��es funcionam, mesmo com crises agudas. Embora o projeto ainda n�o tenha sido divulgado, Temer j� come�ou a agir em busca de agenda positiva. No Mato Grosso do Sul, onde esteve ontem, discutiu a��es integradas para preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento econ�mico e social. “Estou tranquilo”, disse � imprensa sobre a den�ncia.
Aplauso ao contr�rio
Temer avisou aos aliados com quem conversou nos �ltimos dias que, superada a den�ncia apresentada no m�s passado pelo ent�o procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot, sair� mais do gabinete e tentar� vencer a batalha da comunica��o. �s v�speras do ano eleitoral de 2018, a ideia � ampliar as viagens pelo pa�s, aumentar o contato com o p�blico e levar uma boa not�cia na bagagem, em vez de dar prioridade � pol�mica reforma da Previd�ncia. “N�o tenho medo de vaia, n�o. Vaia � o aplauso ao contr�rio”, costuma dizer o presidente, sempre que perguntado sobre o receio de enfrentar protestos.
Para concretizar o slogan “Agora � avan�ar”, que tamb�m ser� usado nas redes sociais, o Planalto recorreu a pesquisas e sondagens em grupos de opini�o. As chamadas qualitativas, que medem o humor dos entrevistados, indicaram desencanto crescente com a pol�tica, com os partidos e com o governo, al�m do cansa�o com a onda de den�ncias sem fim. Ap�s a escalada de tens�o com o Executivo, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a Temer, na semana passada, que ele precisa construir logo uma agenda de desenvolvimento e esperan�a. Argumentou que, se as mudan�as n�o forem feitas, o governo ficar� cada vez mais fragilizado e ter� muita dificuldade para aprovar projetos no Congresso daqui pra a frente.
Apoio em n�meros
260
N�mero de votos que o governo espera conseguir na C�mara nesta semana, barrando a segunda den�ncia contra o presidente Michel Temer, ainda que seja inferior ao que conseguiu para segurar a primeira