Bras�lia, 25 - O ex-presidente da Caixa Econ�mica Federal Jorge Hereda disse que foi pressionado pelo ex-presidente da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha, em setembro de 2014, a acelerar uma opera��o da estatal que o peemedebista tinha interesse. Durante depoimento da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) da JBS, Hereda contou que Cunha chegou a amea�ar convoc�-lo para depor na CPI da Petrobras, como forma de press�o para que resolvesse a pend�ncia.
"Encontrei Eduardo Cunha quatro vezes. Duas vezes em reuni�es na Caixa, uma vez aqui (no Congresso Nacional) e uma vez na resid�ncia da C�mara dos Deputados. Eu fui pressionado no gabinete do ent�o presidente da C�mara (Eduardo Cunha), que me ligou, entre agosto e setembro de 2014. Ele estava agoniado com uma opera��o da Caixa, que acho at� que n�o saiu. E n�s t�nhamos uma opera��o com a Petrobras. Ele me disse que, se n�o sa�sse as outras, essa (da Petrobras) n�o ia sair. E que eu ia ser chamado na CPI da Petrobras", contou Hereda.
O ex-presidente tamb�m falou sobre as acusa��es que envolvem o ex-vice-presidente da Caixa Econ�mica F�bio Cleto, que era aliado de Cunha e assinou acordo de dela��o premiada. Hereda disse que n�o pode recusar a indica��o de Cleto porque ele tinha curr�culo para o cargo. "Fabio Cleto era um cidad�o com perfil (para ser vice-presidente). N�o tinha como eu, como presidente, recusar, nem tinha essa for�a toda. Desde o primeiro dia que ele (F�bio Cleto) chegou, eu disse pra ele: 'n�o mexa na �rea de Fundo de Garantia'. Desde o primeiro dia, eu fiz o que pude para marcar essa atua��o cuidando do que podia haver", explicou.
Geddel
O ex-presidente da Caixa negou ter qualquer conhecimento dos supostos il�citos envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, do governo Michel Temer, no banco. Em depoimento � CPMI, Hereda disse que n�o chegou a desconfiar de Geddel pelo "desinteresse dele".
"O Geddel era uma pessoa que trabalhava pouco. Ele chegava na Caixa na segunda-feira e ia embora na quarta-feira. Eu n�o imaginava que na �rea do Geddel pudesse ter acontecido algo, inclusive pelo desinteresse claro dele na �rea", argumentou Hereda.
O ex-presidente afirmou n�o acreditar em fraudes nas opera��es internas da Caixa. Para Hereda, se aconteceram il�citos, eles foram feitos com base em chantagem para obten��o de propina. "O que pode ter acontecido � algu�m ter sentado em cima de uma opera��o", contou.
(Renan Truffi)
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Na CPMI da JBS, ex-presidente da Caixa admite press�o de Cunha
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