Bras�lia, 27 - Um dia depois de o plen�rio do Supremo Tribunal Federal (STF) virar palco de duras acusa��es trocadas entre os ministros Gilmar Mendes e Lu�s Roberto Barroso, o ministro Marco Aur�lio disse nesta sexta-feira, 27, que o epis�dio fragiliza a Corte aos olhos da sociedade.
"O bate-boca entre ministros N�o � bom, sempre implica desgaste para a institui��o. N�o � positivo. � ruim por isso, porque fragiliza a institui��o aos olhos da sociedade, num momento em que o STF est� sendo convocado para se pronunciar sobre fatos relevantes para a Rep�blica", disse Marco Aur�lio � reportagem.
Marco Aur�lio esteve presente na sess�o plen�ria da �ltima quinta-feira, 26, em que Barroso e Gilmar Mendes trocaram farpas. O epis�dio escancarou o antagonismo de ideias entre eles, que frequentemente est�o em lados opostos nos julgamentos relacionados aos esc�ndalos de corrup��o no Pa�s, nos quais a Corte tem se mostrado dividida.
Barroso disse que Gilmar "vai mudando a jurisprud�ncia de acordo com o r�u" e que promove n�o o Estado de Direito, mas um "Estado de Compadrio". Tamb�m afirmou que o colega tem "leni�ncia em rela��o � criminalidade de colarinho branco".
Gilmar Mendes, por sua vez, atribuiu a Barroso a pecha de fazer "populismo com pris�es". Gilmar tamb�m ironizou o fato de o ministro ter defendido "bandido internacional" - em refer�ncia indireta ao caso do italiano Cesare Battisti, de quem Barroso foi advogado antes de integrar a Corte.
A discuss�o entre os ministros se deu em pleno julgamento sobre a extin��o do Tribunal de Contas dos Munic�pios do Cear� (TCM-CE), quando um falou mal do Estado de origem do outro.
"Todos n�s presenciamos e lastimamos o ocorrido, sem definir quem � culpado e quem n�o � culpado", comentou Marco Aur�lio, ressaltando que tem "inimizade capital" com um dos interlocutores. Marco Aur�lio � desafeto do ministro Gilmar Mendes.
No ano passado, Gilmar Mendes sugeriu o impeachment de Marco Aur�lio, depois de o ministro ter afastado o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presid�ncia da Casa em medida liminar.
Em setembro deste ano, em entrevista � R�dio Gua�ba, Marco Aur�lio disse que Gilmar passou de "todos os limites inimagin�veis" e "caso estiv�ssemos no s�culo XVIII, o embate acabaria em duelo e eu escolheria um arma de fogo, n�o uma arma branca".
(Rafael Moraes Moura e Breno Pires)