S�o Paulo, 20 - Ap�s palestra na Escola Paulista de Magistrados, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, disse que o "Brasil vive macarthismo". Ele saiu em defesa aberta de Gilmar Mendes e classificou de "normal" o fato de o colega da Corte ter mantido 43 contatos - via aplicativo WhatsApp - com o senador A�cio Neves (PSDB-MG), alvo da Opera��o Patmos, da Pol�cia Federal, por suposta propina de R$ 2 milh�es da JBS.
"O ministro Gilmar, desde o in�cio de seu mandato, se re�ne com presidentes de v�rios partidos, com diversos senadores para tratar da reforma pol�tica", disse Alexandre. "E o faz �s claras. Ent�o, n�o h� nenhum problema em que um membro do Supremo converse com parlamentares. N�s estamos vivendo, infelizmente, no Brasil, o que os Estados Unidos viveram l� atr�s, um macarthismo muito grande."
"Os deputados e senadores s�o membros de um Poder. N�s n�o podemos confundir o continente com o conte�do", seguiu o ministro.
Para Alexandre, "o continente � o Congresso, essencial para a democracia".
Ele citou per�odos de exce��o no Pa�s. "Toda vez em que se enfraqueceu o Congresso, n�s tivemos uma ditadura, com Vargas e depois a ditadura militar."
Nesta quinta-feira, 19, relat�rio da Pol�cia Federal encaminhado ao Supremo mostrou detalhes - mas n�o o conte�do - das 43 chamadas entre Gilmar e A�cio, que estava no grampo dos investigadores em a��o controlada autorizada pelo STF.
A investiga��o pegou contatos entre o ministro e o senador no mesmo dia em que Gilmar decretou o adiamento do depoimento de A�cio na Corte. O ministro � relator de quatro inqu�ritos abertos para investigar o tucano.
Esses inqu�ritos fazem parte do acervo da Opera��o Lava-Jato. Alexandre disse que essas investiga��es "n�o podem depender apenas de delatores".
"O Brasil precisa ter mecanismos de investiga��o mais �geis e preventivos. Como n�o se percebeu que, durante anos e anos, bilh�es foram desviados da Petrobras?", questionou Alexandre.
(Julia Affonso e Fausto Macedo)