Funaro prestou depoimento na 10ª Vara Federal em Bras�lia na Opera��o S�psis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. Cleto afirmou em depoimento na mesma audi�ncia que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a libera��o de contratos com a Caixa. No depoimento, Cleto falou que sua indica��o para a Caixa foi patrocinada por Cunha, que levou seu nome a Henrique Eduardo Alves.
Funaro n�o deu mais detalhes � men��o que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco. O corretor detalha, no entanto, rela��o pr�xima com Eduardo Cunha - que assiste o depoimento presente na audi�ncia da 10ª Vara. Os dois s�o r�us, assim como Cleto, Henrique Eduardo Alves e o delator Alexandre Margotto. Cleto afirmou que mantinha Funaro ou Cunha informados sobre as empresas que tentavam opera��es com o FI-FGTS. Os dois a partir da� procuravam as empresas para negociar pagamento de propina e davam sinal a Cleto sobre como ele deveria votar naquela opera��o. “Aprovada, algum tempo depois eles me comunicavam o porcentual que supostamente tinham conseguido e me pagavam um porcentual disso, pr�-aprovado”, afirmou Cleto. Procurado, o Pal�cio do Planalto n�o havia se manifestado at� a publica��o da reportagem.
780 ENCONTROS COM CUNHA
Al�m de implicar Michel Temer em seu depoimento, L�cio Funaro afirmou no depoimento que se encontrou “no m�nimo” 780 vezes com o ex-deputado Eduardo Cunha, ao detalhar os neg�cios que mantinha com o peemedebista. “Uma rela��o que durou 15 anos e eu encontrei pelo menos uma vez por semana com o deputado Eduardo Cunha, disse Funaro ao juiz Vallisney de Oliveira, fazendo a conta de cabe�a. Cunha foi “centenas” de vezes no escrit�rio de Funaro, disse o delator. Segundo ele, o peemedebista tinha liberdade para entrar no escrit�rio e sentar na cadeira do corretor para receber “quem quiser”.
O corretor confirmou a divis�o de dinheiro de propina com Cunha. Ele mencionou, por exemplo, que tinha uma sala em seu escrit�rio para guardar dinheiro. O corretor tamb�m afirmou que o peemedebista gastava “na pr�pria pol�tica” o dinheiro que arrecadava. Segundo ele, “tem pol�tico que guarda para si” e outros que usam o valor para angariar apoio na pol�tica. “Eduardo Cunha usou 100% na pr�pria pol�tica, sou convicto de que tudo o que ele tem e arrecadou gastou na pr�pria pol�tica”, disse Funaro.
Antes de Funaro, o tamb�m delator Alexandre Margotto prestou depoimento e disse ter visto um funcion�rio supostamente ligado a Cunha ir buscar dinheiro vivo no escrit�rio do corretor. Funaro afirmou: “Eu tinha uma sala no escrit�rio � parte, que era sala onde ficava o dinheiro”. Ele falou que chegou a ter R$ 5 milh�es em esp�cie. “O Alexandre (Margotto) trabalhou l� at� 2013. Em 2013 foi quando Cunha se candidatou a l�der do PMDB da C�mara. Foi uma �poca que o Cunha precisou de dinheiro. Ele (Margotto) pode ter visto o Altair (emiss�rio de Cunha) pegando dinheiro, sim”, disse Funaro.
Funaro e Cunha ficaram frente a frente. Funaro implicou diretamente o peemedebista na sua dela��o. Os dois, que est�o presos, participaram de audi�ncia na 10ª Vara da Justi�a Federal em Bras�lia, na Opera��o S�psis, que investiga desvios em contratos do FI-FGTS, administrado pela Caixa. Funaro afirmou que conhecia tamb�m o ex-ministro Henrique Eduardo Alves - outro r�u na a��o oriunda da opera��o S�psis. Ele disse que esteve “v�rias vezes” com Henrique Alves e menciona um encontro deles na casa do empres�rio Joesley Batista, no qual tamb�m estavam presentes Cunha e o ex-diretor da J&F Ricardo Saud.