Maia diz que Meirelles '� um grande quadro' para as elei��es de 2018

Lisboa, 03 - O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teceu uma s�rie de elogios ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que teria se colocado como presidenci�vel para o ano que vem durante uma entrevista � revista

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. Sobre os projetos em discuss�o na Casa, o deputado ainda disse que trabalha para que a reforma da Previd�ncia seja aprovada ainda neste ano e acredita que o teto salarial para todos os servidores do Executivo Federal pode ser votado em novembro.

Sobre a poss�vel candidatura do ministro, Maia afirma que ele "� um grande quadro". "Sendo vencedor (da elei��o de 2018), tenho certeza de que em quatro anos ele entregar� o Brasil melhor do que ele vai receber. Se for o candidato vencedor, ele ser� um bom presidente. N�o tenho d�vida nenhuma", disse a jornalistas ap�s participar do Semin�rio Internacional de Direito do Trabalho, realizado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).

Maia comentou, por�m, que a situa��o sobre a poss�vel candidatura do ministro ainda est� nebulosa. "Parece que sim (que ser� candidato), depois disse em uma nota que n�o... � confuso", avaliou. "Ele tem de decidir junto com o partido dele (PSD). Ver que tipo de alian�a ele vai construir. Porque elei��o presidencial no Brasil � algo complexo. Primeiro, a gente tem de saber se vai ser e em qual momento ele vai decidir isso", comentou.

Sobre seus planos para o ano que vem, o presidente da C�mara j� diz h� algum tempo que ser� candidato a deputado federal. "Acho que eu ajudo bastante na C�mara, posso continuar ajudando", analisou. Quando questionado sobre poderia se candidatar ao governo do Estado, ele disse que os dois ex-prefeitos do Rio s�o seus candidatos. "Claro, de prefer�ncia, sempre o C�sar Maia", citou em refer�ncia ao pai. "Acho que, nessa crise que o Rio vive, a capacidade de gest�o dele (� um diferencial). Talvez seja o melhor gestor p�blico que o Rio tem. E tem a confian�a do servidor, que � uma coisa dif�cil na pol�tica brasileira", avaliou.

Previd�ncia

Maia defendeu que a aprova��o da reforma da Previd�ncia seja feita ainda neste ano, se poss�vel, ou no in�cio do ano que vem. "Eu trabalho para que saia o mais r�pido poss�vel (a reforma). Eu n�o sou dos pessimistas, eu sou dos otimistas. Eu acho que para o Brasil � melhor que a Previd�ncia saia logo, independentemente de qualquer coisa. Eu vou trabalhar por ela, pela reforma do Estado brasileiro", afirmou.

Segundo o presidente da C�mara, sem a realiza��o da reforma da Previd�ncia, n�o ser� poss�vel fazer promessas na campanha do ano que vem, que n�o poder�o ser cumpridas por falta de recursos. "A gente n�o pode entrar na elei��o mentindo para o eleitor. Ningu�m pode ir para o hor�rio eleitoral dizendo que vai ter dinheiro para a Educa��o, dinheiro para a Ci�ncia e Tecnologia, para Sa�de", disse.

Maia afirmou que faltar� recursos para essas �reas porque a Previd�ncia social j� compromete 60% dos gastos obrigat�rios do governo e vai caminhar para 70%, 80% "at� consumir 100% do or�amento". "Eu tenho dito que a reforma do Estado � um dos pilares da minha gest�o na Presid�ncia da C�mara. E a base principal da reforma do estado brasileiro � reforma da Previd�ncia", argumentou.

Sem as novas regras, disse o parlamentar, o impacto de todos os outros temas � irrelevante. "O impacto da Previd�ncia � t�o grande que tudo o que voc� fizer para economizar, tudo que voc� fizer para ampliar um pouquinho de investimento nas �reas fundamentais, voc� vai ser engolido no dia seguinte pelas despesas previdenci�rias", comparou.

Para o presidente da C�mara, a sociedade "tem de entender", quando critica as mudan�as, que elas est�o focadas, principalmente, nos que ganham mais. "Quando a gente fala que falta dinheiro para a Ci�ncia e Tecnologia, de R$ 3 bilh�es, de R$ 5 bilh�es e de R$ 8 bilh�es, a gente esquece que � porque a Previd�ncia brasileira cresce e consome cada vez mais or�amento", disse. Ele afirmou que esse fen�meno faz com que o Estado brasileiro deixe de investir em suas �reas principais. "O Brasil vai investir neste ano R$ 30 bilh�es. Isso � pr�ximo do rid�culo (de t�o pouco). Isso acontece porque estamos espremidos, porque tem o teto (do aumento dos gastos p�blicos), gra�as a Deus."

Teto salarial para Executivo Federal

O presidente da C�mara acredita que o teto salarial para todos os servidores do Executivo Federal possa ser votado ainda em novembro. "O presidente (Benito Gama/PTB-BA) e o relator (Rubens Bueno/PPS-PR) da comiss�o do teto est�o aqui comigo. Eles v�o votar durante o m�s de novembro, se Deus quiser, o projeto", disse.

"Com isso, vai ficar claro o que est� dentro da lei e o que n�o est�. Acho que a lei � importante", argumentou. Pelo texto que est� em avalia��o, os rendimentos recebidos n�o poder�o exceder o subs�dio mensal, em esp�cie, dos ministros do Supremo Tribunal Federal, no valor de R$ 33,7 mil.

Maia fez essa declara��o em meio � pol�mica envolvendo a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, que protocolou um requerimento no governo no qual compara sua situa��o com a de um trabalhador escravo por ter parte do sal�rio glosado pela lei do 'abate teto'. A ministra diz que � seu direito receber o valor integral para trabalhar como ministra porque o cargo lhe imp�e custos como se "vestir com dignidade" e "usar maquiagem". Ela chegou a comparar o caso ao trabalho escravo e depois disse �

Coluna do Estad�o

que n�o se arrependeu disso. "Todo mundo sabe que quem trabalha sem receber � escravo", disse.

(C�lia Froufe, enviada especial)