Bras�lia - As mudan�as no primeiro escal�o que o presidente Michel Temer vai anunciar nos pr�ximos dias ir� fortalecer o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Al�m de decidir entregar o Minist�rio das Cidades a um aliado de Maia, o governo j� prepara a troca do comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) - defendida pelo presidente da C�mara.
Ontem, Temer foi � casa de Maia para um almo�o do qual participou o deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO). Um dos principais aliados de Maia, Baldy foi escolhido para substituir Bruno Ara�jo (PSDB-PE), que entregou o cargo de ministro das Cidades no rastro da crise entre o governo e a c�pula tucana. Parlamentares da base aliada e integrantes do n�cleo pol�tico do governo tamb�m participaram do encontro, que se estendeu por toda a tarde.
Segundo um ministro pr�ximo de Temer, o presidente deve indicar um nome que tenha aval de Maia para comandar o BNDES, maior fonte de financiamento hoje no Pa�s.
O atual titular do BNDES, Paulo Rabello de Castro, � alvo de press�o por parte de l�deres da base governista. As cr�ticas aumentaram ap�s ele ter sido lan�ado pelo PSC como pr�-candidato � Presid�ncia, durante conven��o do partido em Salvador (BA), anteontem.
O argumento � de que Rabello de Castro n�o pode continuar no cargo sendo pr�-candidato. “Ele deve sair para cuidar s� da candidatura dele agora”, disse o l�der do PR na C�mara, Jos� Rocha (BA). “O Paulo Rabello n�o pode falar e fazer determinadas coisas na presid�ncia do BNDES e continuar no governo. Por mim, ele j� estaria fora”, afirmou o vice-l�der do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM).
Temer, por�m, ainda n�o bateu martelo sobre o nome do novo comandante do BNDES. Amigo do presidente, Rabello de Castro assumiu o BNDES em junho, ap�s a sa�da de Maria Silvia Bastos Marques. A nomea��o, contudo, nunca teve a simpatia de Maia. O presidente da C�mara n�o gostou de n�o ter sido consultado pelo governo sobre a escolha. Na �poca, ele defendia o nome de Luciano Snel, da Icatu Seguros, para o posto.
Rabello de Castro vem sendo alvo de “fogo amigo” desde que assumiu o cargo, por bater de frente com o governo em algumas situa��es (mais informa��es nesta p�gina). A principal delas, a antecipa��o de pagamento ao Tesouro Nacional de empr�stimos feitos ao banco de fomento.
‘Diarista’
Ao Estado, o economista afirmou que a cobran�a por sua sa�da “perdeu o objeto”, pois n�o � candidato. Ele disse ter se filiado ao PSC para contribuir com uma “agenda para o debate nacional”, mas n�o descartou se candidatar. “Sou candidato a continuar meu trabalho. No futuro, se o Brasil insistir e se o presidente Temer insistir, posso ter outra miss�o para cumprir no aspecto pol�tico.”
Em entrevista durante a conven��o partid�ria, no s�bado, o presidente do BNDES afirmou que s� se considerar� candidato ap�s a conven��o do partido. “Meu cargo pertence ao ministro do Planejamento e, por sua vez, � um cargo do presidente. Brinco que sou um presidente diarista”, declarou.
No evento, Rabello de Castro, contudo, fez um discurso de candidato: “� preciso coragem para desafios do pr�ximo ano e virada do Brasil para a prosperidade, que n�s vamos ter”. Mas, ontem, atribuiu o lan�amento de sua pr�-candidatura � imprensa. “Se eu tamb�m fosse da imprensa estaria desejoso de aparecer mais nomes”, desconversou.
Al�m do BNDES, Maia foi prestigiado por Temer na escolha de Baldy para as Cidades. A indica��o vinha sendo articulada por Maia desde outubro e tem apoio do PMDB e de partidos do Centr�o, entre eles PR, PSD e PP, sigla � qual Baldy ir� se filiar no pr�ximo s�bado.
No encontro de ontem na casa de Maia foi discutida n�o s� a reforma ministerial, como a da Previd�ncia. Temer tamb�m tem ouvido Maia para escolher o substituto de Antonio Imbassahy (PSDB-BA) na Secretaria de Governo. O PMDB de Minas reivindica o posto e j� apresentou ao presidente dois nomes: o dos deputados Mauro Lopes e Saraiva Felipe. Ao deixar o local, Temer fez quest�o de se deixar filmar ao lado do presidente da C�mara.