
Bras�lia - Um almo�o fechado do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) com parlamentares ruralistas exp�s nesta ter�a-feira, 28, diverg�ncias entre o pr�-candidato ao Pal�cio do Planalto e o setor do agroneg�cio. O encontro foi na sede da Frente Parlamentar da Agropecu�ria (FPA), no Lago Sul.
O discurso de Bolsonaro contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a repeti��o de uma promessa feita durante a semana de que distribuiria fuzis para fazendeiros enfrentarem "invasores" de terra n�o foram suficientes para garantir uma liga entre o candidato e o setor. "A gente quer seguran�a. A gente n�o quer uma pessoa que traga mais inseguran�a", afirmou o deputado Domingos S�vio (PSDB-MG), que foi um dos poucos parlamentares a usar o p�lpito montado na sede da FPA para falar.
"Essa campanha est� nascendo como uma guerra de marketing. Est�o mais preocupados em dar declara��es que comovam a opini�o p�blica do que fazer an�lises profundas", disse S�vio. "�s vezes somos estigmatizados. O setor agropecu�rio n�o pode e n�o tem o egocentrismo de pensar o Brasil s� sob o olhar do campo e da produ��o. Olhamos quest�es como sa�de, educa��o e seguran�a."
Uma boa parte dos deputados evitou dar declara��es. Eles sa�ram afirmando, de forma reservada, que Bolsonaro foi "gen�rico" e "inconsistente". Em entrevista, Bolsonaro reclamou que um deputado, referindo-se a S�vio, o tinha chamado de radical e que 90% dos presentes tinham sido receptivos. "Quero ver se esse vaselina vai resolver o problema da viol�ncia. Ele que apresente uma solu��o", afirmou Bolsonaro. "Tem de radicalizar contra o MST, mas radicalizar dentro da lei."
‘Porteira fechada’
Bolsonaro disse que, caso seja eleito, entregar� o Minist�rio da Agricultura de "porteira fechada" para o setor indicar t�cnicos, do ministro aos assessores. O deputado Luiz Nishimori (PR-PR) disse ter gostado do discurso de Bolsonaro, mas reconheceu que n�o � novidade ministro da Agricultura ser escolhido pelo setor. "Isso � normal."
O pr�-candidato divergiu de setores do agroneg�cio ao se opor a proposta de venda de terras para estrangeiros. "N�o sou nacionalista. Sou patriota. Quem quer comprar � a China. Ela que vai decidir o alimento que plantar�. O que a gente vai comer amanh�?", questionou. "Agora, se o setor quer vender, eu obede�o." Bolsonaro disse que sa�a do almo�o "confiante".
O deputado Nilson Leit�o (PSDB-MT), l�der da FPA, foi questionado sobre as cr�ticas reservadas de parlamentares a Bolsonaro. "Na verdade, o importante para a frente � que n�o estamos escolhendo nosso candidato", disse. Leit�o ressaltou que a frente j� recebeu o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Jo�o Doria (PSDB). "N�s utilizamos os pr�-candidatos para que eles verbalizem e entendam o sentimento do setor. Eu acho que para isso foi muito bom (o encontro com Bolsonaro). Ele disse que compreende o sentimento do setor e � contra o debate ideol�gico." (Com Ag�ncia Estado)