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Estado de Minas

Ministro da Fazenda prepara plataforma eleitoral para 2018

Para fugir do r�tulo de candidato do mercado, Henrique Meirelles diz agora que � favor�vel a um "refor�o" nos programas sociais, principalmente no Bolsa-Fam�lia


postado em 18/12/2017 08:32 / atualizado em 18/12/2017 08:41

Ministro Henrique Meirelles(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
Ministro Henrique Meirelles (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil )

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prepara uma plataforma eleitoral que tem como desafio traduzir a melhoria dos indicadores econ�micos em benef�cios para a popula��o mais pobre. Na tentativa de fugir do r�tulo de candidato do mercado e angariar apoio para uma campanha � Presid�ncia em 2018, Meirelles come�a a fazer inflex�o no discurso e diz agora que � favor�vel a um "refor�o" nos programas sociais, principalmente no Bolsa-Fam�lia.

Para o ministro, o projeto lan�ado no governo do petista Luiz In�cio Lula da Silva e mantido pelo presidente Michel Temer deve ser ampliado e at� mesmo reajustado "dentro das possibilidades or�ament�rias". Em palestras, Meirelles vem destacando que n�o h� dicotomia entre ajuste de contas p�blicas, desenvolvimento e programa social.

A mudan�a de tom � uma vacina contra as j� esperadas cr�ticas de que, se ele entrar na corrida eleitoral, ser� o "candidato do arrocho". Com uma ret�rica mais social, Meirelles luta para se consolidar como postulante de centro-direita na disputa, com aval do Pal�cio do Planalto, desbancando o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que pleiteia essa vaga.

Munido do slogan "A melhor pol�tica social � o emprego", o ministro se movimenta para mostrar que sua preocupa��o vai al�m dos �ridos temas econ�micos, exibindo um estilo "gente como a gente".

No dia 4, por exemplo, ap�s sair de uma palestra na Funda��o Get�lio Vargas (FGV), no Rio, ele entrou em um supermercado com o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni e abordou consumidores que empurravam carrinhos de compra. "E os pre�os a� como est�o? Pararam de subir?", perguntou ele, para espanto de fregueses que viram um Meirelles sorridente. A resposta n�o foi bem o que queria ouvir. "Continua tudo muito caro", disse um cliente. "Pela hora da morte", resumiu outro.

No supermercado, Meirelles constatou o que as pesquisas indicam: embora a infla��o e os juros estejam em queda, os n�meros n�o refletem uma sensa��o de bem-estar social. Ao contr�rio, h� mau humor generalizado.

Equipe


A cena foi registrada por uma equipe de filmagem, que tem acompanhado os passos do ministro h� cerca de um m�s, desde que promoveu mudan�as em seu perfil nas redes sociais. Segundo o Minist�rio da Fazenda, a equipe foi contratada por Meirelles para cuidar de sua conta no Twitter. Est� � frente da equipe o publicit�rio F�bio Veiga.

Filiado ao PSD, Meirelles ser� a estrela do programa do partido, que vai ao ar na pr�xima quinta-feira, em rede nacional de r�dio e TV. Ali vai vestir o figurino do gestor de resultados, que est� conduzindo a transi��o do caos econ�mico para a retomada do crescimento e do emprego. "S� vai dar Meirelles", disse o presidente do PSD e ministro, Gilberto Kassab.

Com apenas 2% das inten��es de voto, de acordo com as mais recentes pesquisas, o ministro da Fazenda se aproximou do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - seu aliado na defesa da reforma da Previd�ncia, que teve a vota��o adiada para fevereiro. Al�m disso, mant�m di�logos frequentes sobre a constru��o de um projeto eleitoral com o PMDB de Temer, com o DEM e com siglas do Centr�o, como o PRB, o PP, o PR e o PTB.

Em conversas reservadas, Meirelles n�o descarta a possibilidade de mudar de partido at� mar�o, mas somente se for necess�rio para empinar sua candidatura ao Planalto. J� avisou, tamb�m, que n�o aceita de jeito nenhum ocupar o posto de vice. A todos que lhe perguntam, abre um sorriso e encerra o assunto. "No passado, considerei seriamente a hip�tese de ser vice, mas essa fase j� passou", repete.

As articula��es do DEM para lan�ar Maia � sucess�o de Temer causaram estranheza � equipe de Meirelles. O presidente da C�mara vive dizendo que ser� candidato � reelei��o, com o plano de continuar no comando da Casa, mas seus movimentos parecem mirar no Planalto.

"O eixo de poder passa pelo Rodrigo e os nomes da centro-direita precisam ser testados nos pr�ximos meses", afirmou o l�der do DEM na C�mara, deputado Efraim Filho (PB). Na semana passada, Meirelles se reuniu com o prefeito de Salvador, ACM Neto, outro "presidenci�vel" do DEM.

Ret�rica


Apesar da ret�rica otimista, governistas n�o acreditam mais que Temer emplacar� a reforma da Previd�ncia, em 2018. Nos bastidores, Meirelles afirma que, se as mudan�as nas aposentadorias n�o forem aprovadas, a campanha ser� marcada por um clima de desconfian�a, que tornar� o desempenho da economia suscet�vel aos efeitos das pesquisas. A previs�o negativa embute uma estocada no ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que disse estar disposto a rever a reforma, caso seja eleito.

Quando empres�rios querem saber de Meirelles sobre sua disposi��o de atacar Lula no palanque, ap�s ter sido presidente do Banco Central nas duas gest�es do petista, ele n�o se faz de rogado. "Temos hoje posi��es diferentes sobre pol�tica econ�mica." E arremata: "E naquela �poca tamb�m t�nhamos".

Convencido de que, para sobreviver na arena pol�tica, ter� de apontar fragilidades dos rivais, o ministro da Fazenda p�e na linha de tiro o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pr�-candidato � Presid�ncia. "Para mim n�o est� claro qual � a pol�tica econ�mica do Bolsonaro", disse, em entrevista a uma r�dio.

A portas fechadas, Meirelles franziu o cenho, na sexta-feira, quando um amigo perguntou se ele admitia coincid�ncias do destino reservadas a ocupantes da Fazenda. "Por qu�?", reagiu o atual titular da pasta. "Porque Fernando Henrique ajudou a organizar a economia no governo Itamar Franco, ap�s um impeachment, e chegou � Presid�ncia", lembrou o interlocutor. Meirelles n�o esticou a conversa. "Foi ministro da Fazenda, candidato e ganhou. �timo!", concluiu, rindo. Ningu�m ficou sabendo se ele acreditava ou n�o na repeti��o da hist�ria.

Procurado, Meirelles disse que s� vai decidir se ser� candidato em mar�o.


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