(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Maia e Meirelles ''brigam'' pelo t�tulo de "pai" da reforma da Previd�ncia

Pal�cio do Planalto tenta n�o interferir na disputa para n�o atrapalhar a tramita��o do texto, previsto para ser retomado no Congresso em fevereiro


postado em 10/01/2018 07:32

Ministro da Fazenda e presidente da Câmara não escondem mais a disputa pelo mote da campanha de outubro(foto: Andressa Anholete/AFP)
Ministro da Fazenda e presidente da C�mara n�o escondem mais a disputa pelo mote da campanha de outubro (foto: Andressa Anholete/AFP)

A batalha para aprovar a reforma da Previd�ncia � de todos os integrantes e aliados do governo, mas a defini��o de quem � o verdadeiro pai da mudan�a � uma disputa acirrada entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ambos contam com a aprova��o da mat�ria este ano para melhorar a vis�o do mercado sobre eles, de olho em apoio para uma eventual candidatura � presid�ncia da Rep�blica.

Poss�veis presidenci�veis, Maia e Meirelles disputam, com o atual governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o mesmo eleitorado: de centro-direta. Enquanto o tucano aposta em uma agenda voltada para emprego e renda, com um tom mais social, os outros dois precisam decidir quem fica com a pauta reformista, defendida por ambos. Levar � disputa eleitoral a mesma pauta, em especial uma de peso como a reforma da Previd�ncia, dividiria os votos e pulverizaria a elei��o, cen�rio que fortaleceria os outros candidatos e minaria as chances dos candidatos de centro-direita.

“Maia e Meirelles s�o iguais, t�m a mesma agenda, que � a das reformas. Ningu�m vai abrir m�o do tema, mas � bom lembrar que filho de dois pais pode n�o ser filho de ningu�m”, brinca o coordenador do N�cleo de An�lise Pol�tica (NAP) da Prospectiva Macropol�tica, Thiago Vidal.

Na escolha entre um e outro, � dif�cil avaliar quem tem mais chances de emplacar uma candidatura com esse mote caso a reforma passe no Congresso Nacional. Na opini�o do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, Meirelles tem um tr�nsito melhor que Maia com o mercado financeiro, “o problema � que ele n�o tem um partido que d� a ele o mesmo apoio que teria o presidente da C�mama”. Ele considera que seria menos prejudicial para Maia do que para o ministro se a reforma n�o passasse, porque o deputado continuaria com forte apoio no partido e bom tr�nsito entre os parlamentares.

O Planalto garante que n�o quer se envolver na briga cada vez mais expl�cita entre Maia e Meirelles. Mas acaba sendo obrigado a intervir para aparar as arestas, como teve de fazer ontem o  residente Michel Temer, ao chamar Maia para uma conversa para tratar da Previd�ncia. A grande preocupa��o do governo � de que os atritos contaminem os debates sobre a mudan�a nas regras da aposentadoria.

Temer est� buscando se preservar para n�o se meter diretamente na disputa entre os dois, embora aliados o tenham alertado h� tempos. Maia e Meirelles est�o interessados em se cacifar, a partir da aprova��o da reforma. O presidente da C�mara, por apresentar-se  como o articulador pol�tico para a vota��o da reforma. O chefe da Fazenda, por ser o condutor da retomada do crescimento e disposto a encerrar a passagem pela pasta aprovando uma mat�ria que desafogar� as contas p�blicas pelos pr�ximos anos.

Embate


O mais recente embate entre os dois deu-se em torno da chamada regra de ouro, dispositivo constitucional que impede que o
governo fa�a d�vidas para pagar despesas correntes. Na semana passada, o democrata afirmou que essa regra deveria ser alterada
para evitar a explos�o das contas p�blicas e manter o n�vel de gastos em 2019. “N�o precisa mudar a regra, mas suspender por algum tempo algumas restri��es”, afirmou. Ao ser questionado sobre quais restri��es, e por qual per�odo, ele jogou a responsabilidade
para o Executivo. “Esta � uma decis�o do governo”, esquivou-se, destacando que “os dados est�o claros”.

Meirelles, no entanto, se posicionou enfaticamente contr�rio � ideia. “Existe, de fato, uma proposta de suspender a regra de ouro
por alguns anos. Eu n�o gosto dessa proposta, n�o aprovo. Eu acho que n�s precisamos criar mecanismos que sejam autorregul�veis”,
disse o ministro da Fazenda, que acabou vencendo a queda de bra�o. Mas a disputa pol�tica segue desigual.

Maia alinhavou uma alian�a com o PP, de Ciro Nogueira (PI).Indicou Alexandre Baldy para o Minist�rio das Cidades na vaga pepista.  Amigo pessoal do novo ministro, acertou com ele a sa�da do Podemos e a filia��o ao PP, algo que ainda n�o aconteceu. O presidente da C�mara tamb�m � muito pr�ximo da For�a Sindical. Como mostrou o Correio na sexta-feira, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) deixou o bra�o sindical que comanda aberto para apoiar uma candidatura do democrata ao Planalto.

Um aliado de Temer adverte que � preciso ligar o alerta � disputa entre os presidenci�veis. “Temos de ficar atentos, porque Maia tem outras vantagens sobre os concorrentes. A come�ar pelo fato de n�o precisar se desincompatibilizar se quiser ser candidato. Al�m disso, ele est� em uma posi��o estrat�gica que lhe d� liberdade para movimentar as pe�as e alterar o panorama do jogo”, explicou.

Por isso o cuidado do presidente. Temer ainda mant�m o discurso de que, no auge da crise pol�tica, quando foi obrigado a derrotar, na C�mara, duas den�ncias que pesavam contra ele, o democrata foi essencial para manter o governo vivo. Mas reconhece que o aliado est� ganhando voo pr�prio. Em entrevista ao O Globo, por exemplo, Maia afirmou que, “se � cogitado (para uma candidatura presidencial), � porque h� uma avenida aberta”, disse.

O chefe da Fazenda, por outro lado, est� sendo acompanhado de perto pelo marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco.Meirelles foi  orientado nagrava��es para a propaganda do PSD — da qual foi a principal estrela — e nas inser��es partid�rias, nas quais defende que o Brasil retomou o caminho do crescimento e que n�o aceita
mais sa�das populistas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)