
O ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot est� em Bogot�, na Col�mbia, para onde embarcou na quarta-feira (17). Neste ter�a-feira (23), ele postou em sua conta no Twitter, que cumpriu ontem (22) a primeira atividade na Universidade Los Andes, onde dar� por cinco meses um curso sobre t�cnicas de investiga��o sobre crimes de corrup��o.

Janot deixou o Brasil quatro meses depois de entregar o cargo de procurador-geral da Rep�blica para Raquel Dodge, escolha do presidente Michel Temer que quebrou uma tradi��o que vinha sendo mantida desde 2003.
Desde aquela data, o presidente da Rep�blica sempre escolhe para o cargo o primeiro colocado da lista tr�plice da elei��o feita pela Associa��o Nacional dos Procuradores da Rep�blica (ANPR). Raquel foi a segunda colocada, com 587 votos ante os 621 de Nicolao Dino, ligado a Janot, autor de duas den�ncias de corrup��o contra Temer no SupremoTribunal Federal .
Ouvido pela PF
Janot deixou o Brasil dois dias depois de ser ouvido pela Pol�cia Federal na condi��o de testemunha no inqu�rito que apura poss�veis irregularidades nas negocia��es do acordo de colabora��o premiada dos executivos do grupo J&F, dono da JBS.
A oitiva foi realizada no gabinete de Janot no pr�dio da PGR e foi conduzida pelo delegado Cleyber Malta, do grupo da PF de inqu�ritos no Supremo Tribunal Federal (STF).Janot confirmou que foi ouvido, mas n�o falou sobre o conte�do do depoimento.
O ex-PGR foi respons�vel pela negocia��o e assinatura do acordo de colabora��o premiada dos ex-executivos do grupo J&F. A iniciativa serviu de base para que Janot denunciasse Temer no STF. A C�mara dos Deputados, no entanto, n�o autorizaram que o Supremo investigasse o presidente da Rep�blica.
Coletiva
Em setembro, Janot convocou uma coletiva de imprensa na qual anunciou a abertura de uma investiga��o para apurar se os delatores teriam omitido informa��es do acordo. "Determinei hoje [segunda] a abertura de investiga��o para apurar ind�cios de omiss�o de informa��es sobre pr�ticas de crime no processo de negocia��o para assinatura do acordo de dela��o no caso JBS. �udios com conte�do grave, eu diria grav�ssimo, foram obtidos pelo Minist�rio P�blico Federal na semana passada, precisamente, na quinta-feira, �s 19h", disse Janot durante a coletiva � �poca.
A apura��o foi aberta ap�s pedido da ministra C�rmen L�cia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e j� foi parcialmente conclu�da. Um dos investigados � o ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar para a JBS enquanto ainda era integrante do MPF.
A PF j� concluiu parcialmente a investiga��o sobre o caso JBS e descartou a ocorr�ncia de crimes envolvendo as cita��es a ministros do STF. Em dezembro, o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, se reuniu com a presidente do STF para falar sobre o caso.
Depois da audi�ncia com C�rmen Lucia, Segovia afirmou que o relat�rio � "parcial" e que a ministra � quem deve tornar p�blicas as conclus�es da investiga��o. "As conclus�es da investiga��o parcial est�o nas m�os da ministra C�rmen L�cia e t�o logo haja uma an�lise ela dever� expor ao p�blico quais s�o essas conclus�es", afirmou.
Janot, pouco antes de deixar o cargo de procurador-geral, rescindiu a colabora��o premiada dos executivos da J&F.
O pedido ao Supremo foi corroborado pela atual procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge.