
Bras�lia - Com a posse suspensa pela Justi�a, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) afirmou nesta quinta-feira, 25, que est� "chateada" com o imbr�glio jur�dico em torno de sua nomea��o, mas que lutar� at� o fim para assumir o cargo de ministra do Trabalho do governo Michel Temer. A parlamentar fluminense disse estar "confiante" de que conseguir� tomar posse no cargo.
"Estou confiante no meu direito de assumir qualquer indica��o. Vou lutar at� o fim pelos meus direitos pol�ticos e de cidad�. Serei leal ao governo que ajudei a construir at� o fim", afirmou Cristiane. Ela disse que n�o desistir� do cargo e que n�o tem "pressa" para assumir o posto. "N�o tenho pressa. Continuo deputada e tenho um mandato para cuidar", declarou a parlamentar.
Cristiane evitou comentar declara��o de seu pai, o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que disse nesta quarta-feira, 24, que a filha j� n�o queria mais assumir a pasta. "Pai � pai. Ele est� correto quando diz que estou chateada com essa confus�o em torno de minha posse. Mas estou confiante no governo, na defesa da AGU (Advocacia-Geral da Uni�o), nos meus advogados e nos meus direitos pol�ticos e de cidad�", disse.
A deputada recha�ou tese de que o imbr�glio jur�dico em torno da nomea��o para o Minist�rio do Trabalho possa trazer preju�zos pol�tico e eleitoral para ela. "N�o creio nisso. Tenho recebido muito mais manifesta��es de apoio. Nunca me deparei com rejei��o que n�o fosse ideol�gica de quem nunca votaria em mim. Muito pelo contr�rio. As pessoas me reconhecem e me param para declarar apoio", disse.
Hist�rico
Filha de Roberto Jefferson, que foi o autor da den�ncia do mensal�o do PT em 2005, Cristiane foi anunciada como ministra do Trabalho em 3 de janeiro. Sua nomea��o foi publicada no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) no dia seguinte. Em 8 de janeiro, contudo, a posse dela foi suspensa por decis�o liminar emitida pelo juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niter�i (RJ).
O magistrado atendeu a pedido de um grupo de advogados trabalhistas que entrou com a��o popular pedindo a suspens�o da posse de Cristiane. Os advogados argumentam que a deputada n�o pode assumir o cargo, pois foi condenada em processos trabalhistas de ex-funcion�rios contra ela. Na decis�o, o juiz fluminense argumentou que a nomea��o desrespeita a moralidade administrativa.
A AGU e a defesa de Cristiane recorreram da liminar ao Tribunal Regional Federal da 2ª Regi�o (TRF-2), no Rio. Ap�s ter todos os recursos negados pelos desembargadores do TRF-2, a AGU entrou na quinta-feira da semana passada ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ), que liberou a posse. Na madrugada de segunda-feira, 22, por�m, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu temporariamente a posse, que estava marcada para ocorrer �s 9h daquela segunda-feira.
A decis�o pela suspens�o foi da presidente da Corte, ministra C�rmen L�cia, que est� respondendo pelo tribunal durante o recesso do Judici�rio. A ministra atendeu a pedido do mesmo grupo de advogados trabalhistas autor da a��o em primeira inst�ncia. O grupo recorreu ao Supremo questionando a legitimidade do vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, para deliberar sobre o caso. No �ltimo s�bado, 20, Humberto Martins derrubou liminar anterior e autorizou a posse de Cristiane, que depois voltou a ficar suspensa, pela decis�o do Supremo.