
Sede do governo de Minas h� oito anos, o Pal�cio Tiradentes, na Cidade Administrativa, ser� desativado em 60 dias e ficar� de portas trancadas, sem nenhum uso ou destina��o. Considerado o maior v�o livre do mundo, o edif�cio, assinado por Oscar Niemeyer, ficar� realmente livre de qualquer atividade. “Ele (o pr�dio) � t�o in�til que n�o tem nem mercado para ele. O melhor � ficar fechado para economizar em manuten��o”, afirma o secret�rio de Estado de Planejamento e Gest�o, Helv�cio Magalh�es. Enfrentando crise financeira, o governo quer economizar R$ 5 milh�es por ano com a mudan�a, que tem gerado atritos com advers�rios pol�ticos.
Helv�cio Magalh�es garante que Ant�nio Andrade sabia da realoca��o dos funcion�rios do Pal�cio Tiradentes, j� que a assessoria de gabinete do vice-governador foi informada sobre a mudan�a. “Ele sabia, com certeza. Uma coisa � n�o conhecer, outra � n�o gostar. N�o entendo essa rea��o quando a medida representa uma economia para o governo”, afirma, refor�ando se tratar de “ato corriqueiro” e “assunto meramente administrativo”.
De acordo com o secret�rio, h� tr�s poss�veis locais para abrigar o gabinete de Andrade. “Oferecemos as mesmas condi��es do seu gabinete, que � protocolar e n�o exerce nenhuma fun��o administrativa no governo: meio andar no pr�dio Minas, meio andar no Gerais ou no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)”, explica.
Magalh�es ressalta que n�o h� proposta para alugar o im�vel, que permanecer� fechado. A desativa��o envolve a realoca��o de cerca de 150 servidores das secretarias de estado de Governo (Segov), da Casa Civil e de Rela��es Institucionais (Seccri) e da Secretaria Geral de Governo (SGG) e ser� conclu�da em at� dois meses. A medida pretende aproveitar cerca de 1,4 mil esta��es de trabalho desocupadas nos dois outros pr�dios – Minas e Gerais – e que geravam custos, mesmo vazias.
Como de praxe, desde o in�cio de seu governo, Pimentel vai despachar no Pal�cio da Liberdade, na Pra�a da Liberdade, no Bairro Funcion�rios. No mesmo pr�dio funcionam parte de quatro secretarias: Casa Civil, Gabinete Militar, Rela��es Institucionais e de Governo.
A Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves foi inaugurada pelo ent�o governador A�cio Neves (PSDB) h� oito anos, em 4 de mar�o de 2010 – data de anivers�rio de Tancredo. A sede do governo estadual custou cerca de R$ 2 bilh�es aos cofres p�blicos, constru�da a partir de recursos da Companhia de Desenvolvimento Econ�mico de Minas Gerais (Codemig).
Desde que assumiu o governo do estado, Pimentel tece cr�ticas ao complexo arquitet�nico. Em julho do ano passado, entrou em vigor a Lei 22.606/17, que permite ao governo de Minas negociar cotas da Cidade Administrativa, que deve compor fundo de securitiza��o de alugu�is futuros. “Esse projeto est� sendo estruturado pela Secretaria de Estado da Fazenda. Ainda n�o temos os detalhes, mas nada ser� vendido”, afirma. (Colaborou Bertha Maakaroun)
Saiba mais
Maior pr�dio de concreto suspenso
Obra de Oscar Niemeyer, o Pal�cio Tiradentes � o maior pr�dio de concreto suspenso do mundo. S�o 147 metros de comprimento e 26 metros de largura em v�o livre, capaz de suportar 34 mil toneladas. Para ter uma ideia, o pr�dio do Museu de Arte de S�o Paulo (Masp), projetado pela italiana Lina Bo Bardi e considerado uma das obras que mais desafiam a engenharia, tem 74 metros de comprimento em v�o livre. � a lage que aguenta o peso do concreto armado do pal�cio, distribu�do, depois, para quatro pilares. O pal�cio � totalmente sustentado por um conjunto de 36 cabos de a�o. Ao todo, a estrutura tem 1.080 cabos presos a 15 vigas de concreto de 20 metros de comprimento e 3,4 metros de altura. O pr�dio foi levantado sobre 30 pilares provis�rios. “O doutor Niemeyer quis simbolizar as caracter�sticas do estado nessa constru��o, passando, ao mesmo tempo, a ideia de aud�cia, impon�ncia e calma. Essa obra � tamb�m o coroamento do nosso maior arquiteto, que come�ou na Pampulha e volta a Minas Gerais em 2009”, destacou o engenheiro estrutural Jos� Carlos Sussekind, no dia da retirada dos pilares provis�rios que sustentavam o pr�dio.