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Estado de Minas

Den�ncia eleitoral contra Cristiane Brasil tamb�m parou

A deputada � suspeita de associa��o com o tr�fico de drogas durante a campanha de 2010. Ela tamb�m teria coagido eleitores


postado em 14/02/2018 07:24 / atualizado em 14/02/2018 08:25

A deputada Cristiane Brasil teve a posse como ministra barrada pela Justiça(foto: Gilmar Felix / Câmara dos Deputados)
A deputada Cristiane Brasil teve a posse como ministra barrada pela Justi�a (foto: Gilmar Felix / C�mara dos Deputados)

As suspeitas de tr�fico de drogas e associa��o ao tr�fico durante a campanha eleitoral de 2010 contra a deputada federal e ministra nomeada Cristiane Brasil (PTB-RJ) nunca foram investigadas na esfera eleitoral. A den�ncia � de uma suposta coa��o de eleitores e consta de inqu�rito criminal da Pol�cia Civil revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 3.

As acusa��es foram recebidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) em 10 de agosto de 2010 e, nove dias depois, enviadas ao Minist�rio P�blico Estadual. O procedimento correto seria a abertura de um procedimento investigat�rio, o que n�o ocorreu. Ao jornal, a Procuradoria Regional Eleitoral admitiu n�o ter registro da den�ncia.

Em 19 de agosto de 2010, a den�ncia chegou ao 7º Centro de Apoio Operacional do Minist�rio P�blico Estadual, segundo registro do Tribunal. E, conforme a movimenta��o eletr�nica, est� l� at� ent�o.

O MP estadual negou ter conhecimento da den�ncia e afirmou, em nota, que as elei��es gerais de 2010 eram de responsabilidades da Procuradoria Regional Eleitoral. A Promotoria disse ainda que "n�o localizou nenhum outro procedimento sen�o aquele inqu�rito policial remetido ao MPF no dia 26/1".

A Procuradoria, por sua vez, declarou que a den�ncia n�o chegou ao �rg�o. De acordo com a institui��o, em casos como o envolvendo a deputada, o MP Estadual usualmente abre o procedimento, verifica que n�o � sua atribui��o direta, por ser mat�ria eleitoral, e o remete � PRE. Esse procedimento, aparentemente, n�o foi conclu�do, porque a Procuradoria Eleitoral n�o tem registro de ter recebido os documentos e n�o abriu inqu�rito para apurar crime eleitoral nesse caso.

Secretaria


Cristiane, que na �poca era vereadora licenciada e secret�ria municipal de Envelhecimento Saud�vel da capital fluminense, n�o se candidatou em 2010, mas naquele ano apoiou a candidatura do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB) - ent�o seu cunhado - � reelei��o. Ela se candidatou e foi eleita deputada em 2014. Cristiane e Vinicius negam as acusa��es.

A den�ncia acusa Cristiane de repassar dinheiro a traficantes que controlavam comunidades do bairro de Cavalcanti, na zona norte do Rio, reduto eleitoral da parlamentar, em troca de apoio na regi�o. Al�m dela e de seu ex-cunhado, outros tr�s assessores da deputada tamb�m foram apontados como envolvidos no caso. As acusa��es incluem supostas amea�as a moradores que fariam propaganda para outros candidatos e a l�deres comunit�rios que teriam resistido a apoiar a petebista.

Ouvidoria


Den�ncias sobre a suposta a��o da deputada e seu grupo em Cavalcanti foram encaminhadas em 2010 �s Ouvidorias da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico Estadual. Elas geraram um inqu�rito na Pol�cia Civil, que ouviu Marcus Vinicius e expediu uma intima��o para convocar Cristiane, vereadora licenciada na �poca, a depor. Esse depoimento nunca aconteceu, e a investiga��o pouco avan�ou, ao longo de oito anos.

Depois que o Estado procurou a Pol�cia e o MP Estadual e questionou sobre as investiga��es, a Procuradoria de Justi�a do Rio anunciou que enviaria os autos para o Minist�rio P�blico Federal. O MPF encaminhou o material para a Procuradoria-Geral da Rep�blica, em Bras�lia, porque Cristiane � deputada federal desde 2015 - tr�s anos ap�s a posse no mandato. Como parlamentar, ela tem direito a foro especial no Supremo Tribunal Federal.

Os autos enviados � PGR t�m anexados apenas um mapa das ruas de Cavalcanti, obtido na internet, um perfil de Cristiane do Wikip�dia e uma galeria de fotos da deputada na escola de samba do bairro. Essas imagens foram tiradas da p�gina da parlamentar na internet.

Um dos assessores de Cristiane na �poca supostamente envolvido no caso foi identificado na den�ncia como Alexandre Dum. Ele � acusado de invadir casas dos moradores do bairro para for��-los a arrancar cartazes de candidatos advers�rios de Marcus Vinicius.

Ao abordar agressivamente os moradores, Dum e outros, segundo a den�ncia, diriam agir "a mando de Zezito". Este seria Jos� da Silva Miguel Filho, chefe do tr�fico no Morro da Primavera, no mesmo bairro. Ligado � fac��o criminosa Amigos dos Amigos, � foragido do sistema penitenci�rio, porque em 2007 passou para o regime semiaberto e n�o retornou ao pres�dio.

'Campanha difamat�ria'


Cristiane Brasil afirmou, por meio de sua assessoria, que n�o concorreu �s elei��es de 2010, quando era secret�ria municipal, e disse que foi alvo de den�ncia an�nima e infundada. Lembrou que n�o chegou a ser ouvida na investiga��o e afirmou sofrer uma "campanha difamat�ria". Essa afirma��o tamb�m � sustentada por seu pai, o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

Marcus Vinicius negou em depoimento envolvimento com criminosos. A reportagem n�o localizou Alexandre Dum, nem seu advogado. A Pol�cia Civil alegou que o inqu�rito criminal sobre associa��o ao tr�fico � sigiloso e n�o comenta sobre o caso.


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