Nova Lima (Mg), 06 - A interven��o anunciada pelo presidente Michel Temer na seguran�a do Rio levou o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a eleger o tema como foco de sua campanha ao Planalto. A medida antecipou um discurso que j� estava pronto para a elei��o - que tentar� convencer o eleitor de que o tucano � o presidenci�vel mais experiente na �rea e possui dados relevantes a mostrar.
A decis�o de Temer tamb�m precipitou a produ��o de uma propaganda institucional do governo do Estado, que passou a ser veiculada no S�bado.
"Eu vou puxar o debate da seguran�a p�blica. Esse � o problema no Brasil do Oiapoque ao Chu�. O combate ao crime � permanente", disse nesta segunda-feira, 5, o tucano em Nova Lima, na regi�o metropolitana de Belo Horizonte, durante palestra para empres�rios e pol�ticos. O governador voltou a defender a cria��o de uma ag�ncia de intelig�ncia para combater o tr�fico de armas e de drogas nas fronteiras.
Com este discurso, Alckmin procura disputar com Temer e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), tamb�m pr�-candidato, pelo protagonismo no tema da seguran�a p�blica.
Apesar de o Estado reunir bons resultados nas estat�sticas de crimes violentos - como a redu��o da taxa de homic�dios em S�o Paulo � menor do Pa�s -, os n�meros dos chamados crimes contra o patrim�nio se mant�m numa taxa elevada e os sal�rios dos policiais militares est�o entre os mais baixos do Pa�s (mais informa��es nesta p�gina), o que revela uma realidade menos positiva do que a que o governo procura veicular.
Desde o ano passado, o tucano carrega com ele um quadro que compara as m�dias paulista e nacional referentes � taxa de assassinatos. Segundo a gest�o Alckmin, ambas estavam na casa de 30 casos para cada grupo de 100 mil habitantes em 2003. Hoje, pelos dados do governo, o Estado registra 7,5 homic�dios para cada 100 mil pessoas, enquanto o restante do Pa�s mant�m o n�vel de 15 anos atr�s.
O entorno do governador paulista justifica a campanha na TV e no r�dio como uma necessidade para "tranquilizar" a popula��o do Estado sobre a realidade "diferente do Rio".
A bandeira � vista ainda como uma boa estrat�gia para projetar o nome do governador paulista no Nordeste, onde a escalada da viol�ncia transformou Sergipe, Rio Grande do Norte e Alagoas nos Estados mais perigosos do Pa�s, com taxas de homic�dios entre 55 e 64 para cada 100 mil habitantes.
Diante da crise financeira pela qual passam praticamente todos os Estados e o governo federal, Alckmin estuda ampliar o poder dado hoje aos guardas municipais, respons�veis pela seguran�a do patrim�nio das prefeituras, como parques e escolas. De acordo com o tucano, n�o s� o governo federal deve ampliar sua participa��o na defini��o de pol�ticas de seguran�a, mas tamb�m os munic�pios.
Alckmin n�o usa o termo "pol�cia municipal", mas admite, caso eleito, dar poderes de pol�cia aos guardas - que podem fazer pris�es em flagrante mas est�o impedidos de participar de a��es de patrulhamento ou investiga��o. O tema, por�m, vai exigir um debate constitucional.
Pr�vias
Na ter�a-feira passada, Alckmin pediu o registro para as pr�vias do partido sobre o candidato a presidente, que n�o deve ocorrer com a desist�ncia do prefeito de Manaus, Arthur Virg�lio, da disputa interna. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Adriana Ferraz e Pedro Venceslau, enviado Especial)