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Estado de Minas

Palocci foi o 'porta-voz' da propina para Delfim, afirma procurador


postado em 09/03/2018 11:54 / atualizado em 09/03/2018 12:36

S�o Paulo - O procurador Athayde Ribeiro Costa, do Minist�rio P�blico Federal, afirmou nesta sexta-feira, 9, que o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda/Governos Lula e Dilma) foi o "porta-voz" de propinas sobre as obras da Usina de Belo Monte para o ex-ministro da Fazenda da ditadura Antonio Delfim Netto, para o PT e para o MDB. Delfim o empres�rio Luiz Appolonio Neto, seu sobrinho, s�o alvos de busca na Opera��o Buona Fortuna, 49ª fase da Lava Jato.

Segundo o procurador, Antonio Palocci, ent�o deputado federal, "foi o porta-voz do governo federal para direcionar os pedidos de propina, parte ao PT para ao MDB. Em um segundo momento, Palocci pediu que 10% do valor de 1% do contrato fosse direcionado a Antonio Delfim Netto, que corresponderia a quantia aproximada de R$ 15 milh�es. As investiga��es at� o momento apuraram o recebimento de R$ 4 milh�es", relatou Ribeiro Costa.

Os pagamentos a Delfim Netto, segundo o procurador, "foram efetuados parte em esp�cie, parte mediante dep�sitos em empresas de seu sobrinho Luiz Appolonio Neto e dele pr�prio em contratos fict�cios". A Buona Fortuna cumpriu dez mandados de busca e apreens�o nesta sexta-feira.

"Antonio Palocci disse a Fl�vio Barra e Ot�vio Azevedo, da Andrade Gutierrez, que 10% da propina destinada ao PT e ao MDB deveria ser direcionada a Antonio Delfim Netto em virtude da sua ajuda na estrutura��o do cons�rcio", declarou.

"Importante lembrar que isso revela efeitos nefastos da corrup��o. Al�m de assolar os cofres p�blicos, n�s percebemos os problemas ambientais e socioambientais da Usina de Belo Monte. Popula��es ribeirinhas, ind�genas foram desamparadas, as condicionantes socioambientais n�o foram cumpridas e hoje a gente v� o dinheiro engordando os cofres e os bolsos dos pol�ticos."

Segundo a opera��o, j� foram rastreados pagamentos que somam R$ 4,5 milh�es de um total estimado em R$ 15 milh�es, pelas empresas Camargo Corr�a, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli, todas integrantes do Cons�rcio Construtor de Belo Monte, no Par�. em favor de pessoas jur�dicas relacionadas a Delfim Netto, por meio de contratos fict�cios de consultoria.

No caso da Odebrecht os pagamentos foram registrados no sistema de controle de propinas da empresa ("Drousys"), com o codinome "Professor". O nome da opera��o � uma refer�ncia a uma das empresas de consultoria de Delfim, a "Buona Fortuna".

Delfim foi o todo poderoso ministro da Fazenda do regime militar, nos anos 1970. Ele ficou famoso como o ministro do "milagre econ�mico".

Defesas

Os advogados Fernando Araneo, Ricardo Tosto e Jorge Nemr afirmam que Delfim "n�o cometeu nenhum ato il�cito em qualquer tempo". "O professor Delfim Netto n�o ocupa cargo p�blico desde 2006 e n�o cometeu nenhum ato il�cito em qualquer tempo. Os valores que recebeu foram honor�rios por consultoria prestada", afirma a defesa.

A reportagem fez contato com os advogados de Luiz Appolonio Neto. A defesa informou que s� vai se manifestar quando tiver acesso aos dados da investiga��o.

O MDB divulgou nota afirmando que "n�o recebeu propina nem recursos desviados no Cons�rcio Norte Energia. Lamenta que uma pessoa da import�ncia do ex-deputado Delfim Netto esteja indevidamente citado no processo. Assim, como em outras investiga��es, o MDB acredita que a verdade aparecer� no final".

O PT tamb�m se manifestou. "As acusa��es dos procuradores da Lava Jato ao PT, na investiga��o sobre a usina de Belo Monte, n�o t�m o menor fundamento. Na medida em que se aproximam as elei��es, eles tentam criminalizar o partido, usando a palavra de delatores que buscam benef�cios penais e financeiros", diz nota da assessoria de imprensa da legenda.

A reportagem est� tentando contato com a defesa do ex-ministro Ant�nio Palocci. O espa�o est� aberto para manifesta��o.


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