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Estado de Minas

Lula diz em livro que est� pronto para ser preso

O livro ser� lan�ado nesta sexta-feira (16), em S�o Paulo, e � uma colet�nea de entrevistas do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva


postado em 14/03/2018 08:06 / atualizado em 14/03/2018 08:29

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(foto: Nelson Almeida/AFP)
Ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (foto: Nelson Almeida/AFP)

S�o Paulo - Em uma das tr�s entrevistas que deram origem ao livro "A Verdade Vencer� - o povo sabe por que me condenam", o jornalista Juca Kfouri perguntou ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva sobre a possibilidade de se exilar em uma embaixada amiga em vez de aceitar passivamente a pris�o. Lula admite estar pronto para enfrentar a pris�o e nega a possibilidade de fuga: "Olha, conhe�o companheiros que ficaram 15 anos exilados e n�o tiveram voz aqui dentro, no Brasil".

No livro, que � assinado pelo pr�prio Lula e ser� lan�ado nesta sexta-feira, 16, em S�o Paulo, o ex-presidente, condenado a 12 anos e 1 m�s de pris�o em regime fechado por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guaruj� (SO), admite pela primeira vez estar pronto para enfrentar a cadeia.

Al�m disso, Lula adianta o discurso pol�tico que ser� usado para seus seguidores, o do preso pol�tico, injusti�ado, que um dia ser� absolvido pela hist�ria. "O pre�o que vai ser pago historicamente � a mentira contada agora", diz Lula. "Eles querem prender? Prendam, paguem o pre�o", afirma.

Kfouri volta ao assunto com mais �nfase. "O senhor est� cogitando a hip�tese de ser preso?" Lula afirma: "Estou. O que n�o estou � preparado para a resist�ncia armada, nem tenho mais idade. Como sou um democrata, nem aprender a atirar eu aprendi".

Na sequ�ncia a editora Ivana Jinkings indaga: "Como � que se prepara o esp�rito para isso?" "Eu n�o preparo o esp�rito", diz Lula. "Eu sou um homem de esp�rito leve. Tudo isso faz parte da hist�ria (...) H� duas inst�ncias superiores a que a gente pode recorrer e vamos recorrer. Eles v�o tomar a decis�o e estou pronto para ser preso. � uma decis�o deles."

O livro da editora Boitempo � fruto de tr�s entrevistas feitas por Kfouri, Ivana, Gilberto Maringoni e Maria In�s Nassif em fevereiro deste ano, depois, portanto, de o Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF-4) ter confirmado a condena��o do petista. Al�m disso, traz textos de Luis Fernando Ver�ssimo, Luiz Felipe de Alencastro, Eric Nepomuceno e outros.

Dilma


Lula diz que faltou empenho pol�tico da presidente cassada Dilma Rousseff e sua equipe para evitar o impeachment. "Em todas as conversas que eu mantinha, as pessoas se queixavam 100% dele (Aloizio Mercadante) e 101% da Dilma. Cheguei a ponto de dizer para a Dilma: 'Olha, voc� vai passar para a hist�ria como a �nica presidente que nem os ministros defenderam'."

Al�m disso, admite que o presidente Michel Temer, chamado por ele de "traidor", soube resistir melhor do que a petista, conta hist�rias de elei��es passadas - como o dia em que Leonel Brizola, j� no segundo turno da disputa de 1989, sugeriu que ambos renunciassem em favor do tucano Mario Covas -, e evita fazer a defesa p�blica do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu.

Lula revela ainda que Jo�o Santana tentou, primeiro, fazer de Dilma uma "candidata-tamp�o" e, depois, afast�-la dele. Com bom humor, mostra aspectos de sua vida pessoal, como a rela��o com a bebida. "Duvido que um jornalista tenha me visto b�bado. A �ltima vez que bebi pra valer foi para ver Brasil e Holanda na Copa de 1974. A gente ficou guardando a bebida pra depois da vit�ria e tomamos de 2 a 0. Ficamos xingando os jogadores e bebemos."

Fidel


Inspira��o de Luiz In�cio Lula da Silva, o discurso "A Hist�ria me Absolver�" foi escrito como a defesa do advogado e l�der da revolu��o cubana, Fidel Castro, diante do tribunal que o julgava em raz�o do ataque fracassado ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba.

Era 1953. Fidel tentara a a��o armada para derrubar o regime de Fulg�ncio Batista. No discurso, ele se transformava em acusador do regime. "Quanto a mim, sei que a pris�o ser� dura, como tem sido para todos - prenhe de amea�as, de vil e covarde rancor. Mas n�o a temo."

E terminava com a s�ntese de sua estrat�gia: "Condenai-me, n�o importa. A hist�ria me absolver�." Recebeu 15 anos de pris�o. Anistiado em 1955, ele derrubaria Batista tr�s anos depois.


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