Da internet e dos institutos para os gabinetes da pol�tica formal. � essa a escalada que os movimentos da nova direita pretendem trilhar em 2018, ano em que brasileiros eleger�o deputados, senadores, governadores e presidente. “N�o estamos aqui s� para falar ideias. � fundamental que o Congresso tenha liberais e acredito que, em 2018, conseguiremos colocar mais de 20 e, espero, que 30 deputados ligados a nossa causa. � uma coisa fenomenal, inacredit�vel”, afirma o empres�rio H�lio Beltr�o, do Instituto Mises Brasil.
Sim�es coordena grupos de estudo e � palestrante em v�rios eventos de institutos liberais. “Quase todos os liberais que entram na pol�tica, hoje, passam por algum dos institutos. Tenho rela��o com quase todos eles”, afirma. Para o vereador, � importante que liberais ocupem cargos pol�ticos. “A n�o ser que os liberais estejam satisfeitos em serem apenas acad�micos, � preciso que entremos na pol�tica. As transforma��es sociais passam sempre pela pol�tica e estou convicto de que em 2018 teremos uma bancada liberal no Congresso”, diz.
Mas h� tamb�m nomes ligados � direita que est�o tentando entrar na pol�tica em partidos j� antigos, casos como o de Fernando Holiday no DEM ou Paulo Eduardo Martins, no PSDB. “V�rios grupos procuram partidos pol�ticos para servirem de ve�culos de candidatura, apenas. Em resumo, os movimentos percebem que a chance de produzir impacto � entrando na pol�tica. E, para isso, fazem uso de um ‘puxadinho eleitoral’ para concorrerem. � menos importante que algu�m seja do DEM do que ele seja do MBL, por exemplo”, argumenta o coordenador do Centro de Pesquisa em Justi�a e Sociedade da Funda��o Getulio Vargas, professor Michael Mohallem.
Para ele, h� vantagens e desvantagens na pr�tica.“Isso for�a os partidos a criarem esse espa�o para abrigar essas figuras. For�a uma discuss�o interna. Nenhum partido sobrevive a longo prazo sem renova��o de suas lideran�as. O lado negativo � que esses movimentos se tornam mais fortes que o partido, enfraquecendo-os ainda mais. Creio que est� por vir, tamb�m, uma ultraespecializa��o partid�ria e o advento de micropartidos. Cerca de 70 partidos est�o aguardando o processo para registro, por exemplo”, explica.
Ser liberal � nova moda
Segundo o professor, “a bola da vez � o discurso liberal”. “Ser progressista foi moda nos �ltimos 15 anos na pol�tica. Mesmo um partido conservador, como o PP, adotava essa pauta, esse discurso. Agora, a moda � o liberal”, diz Mohallem. A tend�ncia ganha ades�o especialmente entre os jovens, historicamente associados � esquerda. Estudo divulgado pela consultoria de pesquisa Consumoteca entrevistou 3 mil brasileiros, entre 17 e 21 anos, e apontou que 8% se declaram de esquerda, contra 12% de direita.
Para Mohallem, o engajamento da juventude � um fen�meno global, consequ�ncia no desgaste de movimentos de esquerda. “Pensando na situa��o brasileira, a maior parte dessa gera��o est� na universidade, abaixo dos 30 anos e, quando come�ou a ganhar consci�ncia pol�tica, j� convivia com um governo do PT, de esquerda. Um governo que teve �xitos, cr�ticas e que foi marcado pela discuss�o da corrup��o. A resposta dessa juventude, que, como qualquer outra, tende a ser ‘anti status quo’, � ser contra. � normal que surjam novos espa�os de pensamento fora da centro-esquerda”, comenta.
*Estagi�rio sob supervis�o do editor Renato Scapolatempore