
Parlamentar mais votada de Niter�i, na Grande Rio, �nica mulher na C�mara Municipal, negra e feminista, Tal�ria Petrone era amiga da vereadora Marielle Franco (PSOL) e apontada como sua sucessora natural dentro do partido. Diferentemente da colega assassinada na �ltima quarta, Tal�ria j� recebeu v�rias amea�as de morte por telefone e pelas redes sociais.
Uma queixa foi feita pela parlamentar em novembro, na 76ª Delegacia de Pol�cia (Icara�). O caso, por�m, n�o teve desdobramentos. O PSOL avalia oferecer seguran�a � vereadora. Ela pode concorrer como vice na chapa do partido ao governo do Estado, encabe�ada por Tarc�sio Motta. Tal�ria ocuparia vaga planejada para Marielle. A investiga��o sobre essas amea�as podem ajudar na investiga��o do caso de Marielle, acreditam assessores do partido.
"Desde o in�cio do mandato, numa C�mara majoritariamente conservadora, com muitos representantes da extrema direita, sofro amea�as", contou. "Enfrento muitas rea��es: s�o ataques sistem�ticos nas redes sociais, em que sou chamada de 'vagabunda', em que dizem que se me encontrarem na rua v�o 'meter uma bala na minha cara', para eu 'voltar pra senzala'."
Depois, a hostilidade ficou mais vis�vel. A sede do PSOL em Niter�i foi invadida por um homem armado, que amea�ava a vereadora. Segundo assessores, latas de tinta s�o mantidas na sede s� para apagar recorrentes picha��es contra ela. Em eventos p�blicos s�o comuns xingamentos e amea�as como "s� matando mesmo".
"Mas chegou ao �pice em 14 de novembro, quando foram feitas liga��es sistem�ticas para a sede do PSOL, me chamando de 'piranha', de 'vagabunda', dizendo que iam explodir a sede do partido, me matar com uma bomba", contou Tal�ria.
Mar�
Professora de Hist�ria e mestranda em Servi�o Social, Tal�ria come�ou sua milit�ncia na �poca em que dava aulas no pr�-vestibular no Complexo da Mar�, zona norte carioca. Ali conheceu Marielle. As duas tinham pautas muito parecidas.
Na sua primeira candidatura, foi a vereadora mais votada de Niter�i. Tal�ria, a exemplo da amiga, preside a Comiss�o dos Direitos Humanos na C�mara. Nela, j� fez in�meras den�ncias de viol�ncia policial. "Essas bandeiras que levantamos mexem muito com as estruturas da sociedade, s�o consideradas uma afronta por muitas pessoas."