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Estado de Minas

Marielle � "s�mbolo global" da defesa das minorias

Manifesta��es no mundo transformam vereadora assassinada a tiros na imagem da defensora das minorias. Celebridades prestam homenagem. Morte ganha destaque no The Washington Post


postado em 21/03/2018 06:00 / atualizado em 21/03/2018 09:29

Ativista da causa dos negros nos Estados Unidos, a atriz Viola Davis referenciou a coragem da parlamentar do Psol (foto: Mark Ralston/AFP 20/1/18)
Ativista da causa dos negros nos Estados Unidos, a atriz Viola Davis referenciou a coragem da parlamentar do Psol (foto: Mark Ralston/AFP 20/1/18)

Sete dias depois de assassinada com quatro tiros no Rio de Janeiro, a figura da vereadora Marielle Franco (Psol) ultrapassou as fronteiras do Rio de Janeiro e ganhou todo o mundo.

Pode-se dizer com certeza que a morte brutal da parlamentar a transformou em um s�mbolo global da defesa das minorias: negros, pobres, favelados, popula��o LGBT... E a principal linha de investiga��o da pol�cia � que se tratou de uma execu��o, j� que poucos dias antes ela havia denunciado abusos cometidos pela pol�cia do Rio.


A rea��o � morte de Marielle n�o se limitou �s manifesta��es que invadiram as ruas das principais cidades brasileiras no momento em que ela era velada na C�mara Municipal do Rio. Desde ent�o, �rg�os, artistas e a imprensa internacional vieram a p�blico cobrar apura��o r�pida sobre o crime.

Nessa ter�a (20-03), um dos principais jornais norte-americanos, o The Washington Post, estampou na primeira p�gina da edi��o impressa e do site imagens de Marielle e de protestos. “Uma pol�tica negra foi morta a tiros no Rio. Agora � um s�mbolo global”, diz o t�tulo.


A Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) antecipou a vinda da relatora do Brasil na Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos, a chilena Antonia Urrejola. A viagem oficial marcada ent�o para novembro dever� acontecer em maio.

A comiss�o tamb�m j� encaminhou uma carta ao Pal�cio do Planalto com pedido de informa��es sobre a interven��o federal na �rea de seguran�a do Rio. Marielle havia assumido, no �ltimo dia 28, a relatoria de uma comiss�o criada na C�mara para acompanhar a interven��o.


Na semana passada, a Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), �rg�o aut�nomo ligado � OEA,  divulgou nota de rep�dio ao assassinato de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes. De acordo com o texto, atos de viol�ncia contra quem defende os direitos humanos, al�m de afetar as garantias de todo ser humano, atingem o papel fundamental que eles t�m na sociedade.


A comiss�o defendeu ainda que as linhas de investiga��o considerem a hip�tese de o assassinato ter sido motivado pela atividade de Marielle como “mulher, afrodescendente, vereadora e defensora de direitos humanos”. Para a comiss�o, o governo brasileiro deve investigar o “lament�vel crime de maneira s�ria, r�pida, exaustiva, independente e imparcial, e punir os respons�veis intelectuais e materiais”.


A Anistia Internacional, organiza��o n�o governamental, cobrou do governo uma investiga��o “imediata e rigorosa”. “Marielle Franco � reconhecida por sua hist�rica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na den�ncia da viol�ncia policial”, afirma nota divulgada pela entidade. “N�o podem restar d�vidas a respeito do contexto, motiva��o e autoria do assassinato de Marielle Franco.”

Show


O mundo das celebridades tamb�m prestou homenagens � vereadora fluminense. No �ltimo domingo, uma foto de Marielle foi projetada em um tel�o durante o show da cantora californiana Katy Perry, na Pra�a da Apoteose, no Centro do Rio. A americana recebeu no palco a irm� e a filha de Marielle, e ap�s abra��-las, pediu um momento de sil�ncio para homenage�-la. A atriz Viola Davis usou as redes sociais para comentar o crime ocorrido no Brasil.


Engajada em a��es de igualdade de g�nero e pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a atriz ressaltou a coragem da vereadora em sua conta no Twuitter. “Acabei de ouvir sobre essa corajosa mulher #MarielleFranco, que lutou pelos direitos dos pobres nas favelas. Estou de p� e lutando com voc�s, Brasil. Viva Marielle e Anderson!!!”, escreveu Viola, premiada com o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2017, pela atua��o no filme Um limite entre n�s, e eleita pela revista Time como uma das 100 personalidades mais influentes do planeta.

Inqu�rito tem poucos avan�os

 

Pouco se sabe at� agora sobre o assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes. Conduzidas pela Pol�cia Civil e o Minist�rio P�blico Estadual do Rio, as investiga��es apontam que foi usada muni��o nove mil�metros original – a preferida por criminosos no Brasil. O artefato faz parte de um lote vendido pela Pol�cia Federal em Bras�lia em 2006, o mesmo usado na maior chacina registrada em S�o Paulo, quando 17 pessoas morreram em Barueri e Osasco, em agosto de 2015.


Na semana passada, o ministro Raul Jungmann (Seguran�a P�blica) havia anunciado que a muni��o foi roubada da sede dos Correios na Para�ba. No entanto, no dia seguinte o �rg�o negou a vers�o, vindo � tona a compra feita pela PF em 2006. Como se n�o bastasse a dificuldade em rastrear a muni��o, a pol�cia se viu diante do uso de uma placa clonada em um dos carros que participou do crime – o que dificulta ainda mais a identifica��o dos criminosos.

Sigilo


Por quest�o de estrat�gia, as informa��es apuradas s�o mantidas em sigilo, mas a pol�cia diz que � poss�vel rastrear o trajeto dos ve�culos antes e depois do crime. A hip�tese mais prov�vel para a pol�cia � que se trata de um crime de execu��o, j� que n�o houve uma tentativa de assalto. A Delegacia de Homic�dios tamb�m admite a hip�tese de participa��o da mil�cia no assassinato – poucos dias antes de morrer, Marielle havia denunciado abusos da pol�cia do Rio, e em 2008, participou ativamente da CPI das Mil�cias, formada na Assembleia Legislativa.

A pol�cia ouviu ontem novos depoimentos sobre o caso, em busca de poss�veis motiva��es. Ainda ser�o ouvidas pessoas mais ligadas a Marielle, como parlamentares do Psol, e a assessora que estava com ela no carro e sobreviveu ao ataque. At� a manh� de ontem, o Disque-Den�ncia havia recebido 39 liga��es com informa��es sobre o crime.

 


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