
Bras�lia – A pouco mais de seis meses de uma elei��o com dinheiro limitado – s� poder�o ser usados recursos dos fundos eleitoral e partid�rio –, tempo reduzido e no meio de uma crise que desanima o eleitorado, os candidatos ao Planalto sabem que � fundamental espalhar o maior n�mero de aliados nas disputas estaduais para garantir palanques para pedir votos. A pulveriza��o est� t�o grande que tem palanques duplos e at� triplos nas unidades da Federa��o.
Ap�s governar o pa�s por 14 anos, o PT, entre os grandes partidos, � o que enfrenta as maiores dificuldades. Isolado no campo da esquerda e sem a certeza de quem apresentar� como candidato – Lula poder� escapar da pris�o, mas n�o da condena��o pela Lei da Ficha Limpa –, o partido aposta na for�a do eleitorado nordestino, mas os �nicos palanques em que poder� dizer que tem chances concretas s�o aqueles com candidaturas pr�prias: Cear�, Bahia, Minas Gerais, Acre e Piau�.
Interlocutores do partido acreditam que a legenda sempre pode ter alguma for�a em S�o Paulo, embora o nome escolhido para concorrer ao governo tenha alcance limitado: o ex-prefeito de S�o Bernardo Luiz Marinho. Como v�rios outros postulantes ao Planalto, o PT enfrentar�, no Cear�, o drama de um palanque duplo, que poder� ser at� triplo. Grande favorito � reelei��o, o petista Camilo Santana tem o apoio expl�cito do pr�-candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes. E ainda ter� na chapa Eun�cio Oliveira, do MDB. Presidente do Senado e candidato � reelei��o, Eun�cio poder� ficar em saia justa se a legenda lan�ar, de fato, o presidente Michel Temer como candidato � reelei��o.
Os tucanos, que se acostumaram a polarizar com os petistas nos �ltimos anos as disputas presidenciais, t�m, no papel, um n�mero mais amplo de palanques, mas com uma s�rie de ressalvas e asteriscos que podem contaminar as alian�as pol�ticas. No Sudeste, por exemplo, o PSDB tem alian�as inst�veis. Em S�o Paulo, terra do pr�-candidato Geraldo Alckmin, a legenda ter� como candidato estadual o prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria. Poderia ter tamb�m do governador a partir de 7 de abril, M�rcio Fran�a. Mas o PSB n�o fechou alian�a no plano nacional e as conversas minguaram.
Em Minas Gerais, o partido viu-se obrigado a implorar pela pr�-candidatura do senador Antonio Anastasia, que j� governou o estado. No Rio, pode se animar caso consiga a filia��o do ex-prefeito Eduardo Paes. Mas este conversa com o PP, de Ciro Nogueira, e at� mesmo com o PR, de Valdemar Costa Neto. Na Bahia, quarto maior col�gio eleitoral do pa�s, ter� de apoiar o nome do DEM, ACM Neto – que se tornou presidente do partido e lan�ou Rodrigo Maia ao Planalto. E no Distrito Federal, o deputado Izalci Lucas sonha com o Buriti, mas a atual secret�ria de Projetos Estrat�gicos do GDF, Maria de Lourdes Abadia, que apoiar a reelei��o do governador Rodrigo Rollemberg.
Vari�veis Apesar de, at� o momento, ter apenas 1% das inten��es de voto nas pesquisas, Rodrigo Maia (RJ) deu declara��es contundentes em entrevista recente de que n�o abrir� m�o de concorrer ao Planalto. O partido est� animado com as candidaturas de ACM Neto na Bahia; Ronaldo Caiado, em Goi�s; C�sar Maia, no Rio; Rodrigo Pacheco, em Minas, e Alberto Fraga, no Distrito Federal. No Par�, � a vez do DEM dividir espa�o com os tucanos. O pr�-candidato do partido � M�rcio Miranda, vice-governador de Sim�o Jatene. � quase improv�vel que Jatene deixe Alckmin de fora do palanque.
J� o nome mais forte da esquerda caso Lula de fato fique fora da c�dula presidencial, o ex-ministro Ciro Gomes tem algumas situa��es confort�veis e outros palanques a construir. No Distrito Federal, ele contar� com o apoio do atual presidente da C�mara Legislativa, Joe Valle. No Rio, apostando no discurso acirrado da seguran�a p�blica, o partido vai lan�ar a ex-chefe da Pol�cia Civil fluminense Martha Rocha.
O PDT, contudo, n�o escapou dos palanques duplos. Em Minas Gerais, o pr�-candidato do PSB ao governo, M�rcio Lacerda, pode ter uma aproxima��o com os pedetistas por ter sido secret�rio-executivo de Ciro Gomes no Minist�rio da Integra��o Nacional. No Cear�, Ciro ter� o palanque duplo – ou triplo – do petista Camilo Santana. E no Maranh�o, conta com a simpatia de Fl�vio Dino (PCdoB), atual governador, mas que tem a correligion�ria Manuela D’�vila como pr�-candidata e ainda uma proximidade com o PT.
Esse cen�rio ainda tem tr�s elementos a serem considerados. O primeiro deles � que o segundo colocado nas pesquisas, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), tem viajado o pa�s com apoio popular mas ainda n�o viabilizou um palanque pr�prio. H� ainda o suspense em torno das poss�veis candidaturas do presidente Michel Temer — cada vez mais tentado a buscar a reelei��o — e do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que poder� se filiar ao PSB ao longo desta semana.