
S�o Paulo – O ataque a tiros � caravana do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no Paran� e a amea�a ao ministro Edson Fachin, relator da Opera��o Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, e � sua fam�lia causaram manifesta��es de rep�dio do presidente Michel Temer e de pr�-candidatos �s elei��es presidenciais de outubro. “� uma pena que tenha acontecido isso. Ficamos no pa�s com essa coisa raivosa, isso n�o � �til”, disse Temer em entrevista � r�dio Band News Vit�ria. “Agora, devo dizer tamb�m que na verdade essa onda de viol�ncia n�o foi pregada talvez por esses que tomaram essa provid�ncia. Talvez tenha come�ado l� atr�s, e a hist�ria de uns contra outros cria essa dificuldade que gera atritos dessa natureza”, completou.
Dois �nibus da caravana de Lula foram atingidos por pelo menos tr�s tiros na ter�a-feira, na estrada entre Laranjeiras do Sul e Quedas do Igua�u. Um deles teve os pneus furados. Lula estava em outro ve�culo. O �nibus atingido levava jornalistas que acompanham a viagem do ex-presidente pelo Sul do pa�s. Temer disse que atos como esse criam “clima de instabilidade” e pediu “paci�ncia” durante o per�odo eleitoral. “Vamos ter paci�ncia, vamos discutir projetos. Podem fazer cr�ticas, mas cr�ticas verbais, n�o cr�ticas f�sicas”, disse.
Temer comentou tamb�m a amea�a sofrida por Fachin. “� um clima muito ruim que acaba refletindo no pr�prio STF. Ainda ontem eu falava com o ministro da Seguran�a, Raul Jungmann, que est� naturalmente preocupado com o dia 4, do julgamento da mat�ria relativa ao ex-presidente Lula. Estamos tomando todas as provid�ncias para que n�o haja conflitos”, disse.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles – poss�vel candidato � Presid�ncia pelo MDB – tamb�m condenou o ataque a Lula. “Numa democracia, resolvemos nossas diverg�ncias pol�ticas nas elei��es, atrav�s do debate e do respeito ao resultado eleitoral. O que aconteceu no Paran� foi um atentado contra a liberdade de express�o de um l�der pol�tico e isso � inadmiss�vel numa democracia”, escreveu o ministro no Twitter.
Outro pr�-candidato � Presid�ncia, o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, usou a mesma ferramenta para se retratar da sua fala no dia anterior, quando afirmou que os tiros contra a caravana eram resultado da pol�tica do “n�s contra eles” adotada pelo PT e que o partido “colhia o que plantou”. “Toda forma de viol�ncia tem que ser condenada. � papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT. E � papel de homens p�blicos pregar a paz e a uni�o entre os brasileiros. O pa�s est� cansado de divis�o e da convoca��o ao conflito”, escreveu o governador em sua conta no Twitter.
Outros presidenci�veis tamb�m condenaram o ataque. “O ataque criminoso � caravana do ex-presidente Lula � absurdo e deve ser investigado com rigor”, escreveu Ciro Gomes, pr�-candidato � Presid�ncia pelo PDT. “ O nome disso � atentado. O nome disso � fascismo”, escreveu Manuela D’Avila (PCdoB).
GALINHEIRO O �nico presidenci�vel que n�o condenou o ataque a Lula foi o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora est� por a� colhendo ovos por onde passa”, ironizou o parlamentar em cima de um carro de som estacionado em frente ao aeroporto de Curitiba. O deputado n�o citou o atentado a tiros. Coube ao deputado Fernando Francischini (PSL-PR) falar sobre o assunto. Ele sugeriu que o ataque foi uma simula��o. O pr�-candidato foi carregado nos bra�os pelos manifestantes da �rea de desembarque at� o carro de som que o aguardava na porta do aeroporto. Durante o trajeto,ele recebeu um boneco do ex-presidente, contra o qual ele simulou agress�es.
O presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (MDB-CE). “Uma amea�a a um ex-presidente da Rep�blica, a um ministro da Suprema Corte, a um senador � tamb�m amea�a � democracia do pa�s. N�o vamos tolerar, eu tenho convic��o de que vamos encontrar os culpados e punir esses culpados”, disse. O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tamb�m criticou: “� grav�ssimo o que aconteceu. Sou advers�rio, mas devemos ser advers�rios no debate, n�o achando gra�a em inviabilizar que ele [Lula] passe por uma estrada”, disse. Ele tamb�m condenou as amea�as ao ministro Edson Fachin. “Imagina se a decis�o da Justi�a pode ser pautada por qualquer press�o, ainda mais dessa forma? Chegamos de fato na beira do precip�cio. O Estado brasileiro precisa reagir.”
Lula cancelou sua passagem por Guarapuava (PR) na manh� de ontem, ap�s o ataque a dois �nibus de sua caravana. O presidente do partido na cidade, Antenor Gomes de Lima, divulgou comunicado nas redes sociais afirmando que o cancelamento foi decidido por medo de novos ataques � caravana e para preservar a seguran�a de Lula. “A gente evitou que houvesse viol�ncia maior aqui em Guarapuava”, disse Gomes. “Nos perdoem, a gente tinha que preservar algo maior, que � a seguran�a dos guarapuavanos e do presidente Lula, que vem sendo amea�ado por esses que t�m medo de perder a elei��o”, disse o presidente do diret�rio.