Gleisi diz que far� representa��o contra Dodge no Conselho Nacional do MP

Bras�lia, 02 - A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), anunciou nesta quarta-feira, 2, que ir� entrar com uma representa��o no Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP) contra a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, pela den�ncia apresentada contra ela, seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o ex-ministro Ant�nio Palocci.

A den�ncia foi encaminhada na �ltima segunda-feira, 30, ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PGR, o PT teria � disposi��o US$ 40 milh�es (o equivalente a R$ 64 milh�es na �poca dos fatos), em uma conta mantida pela Odebrecht, para cobrir uma s�rie de despesas indicadas pelos petistas, como a campanha de Gleisi ao governo do Paran� em 2014, em troca de decis�es pol�ticas que favorecessem a empresa. A senadora tamb�m foi denunciada por lavagem de dinheiro. Ela nega os crimes.

Gleisi disse que a den�ncia contra ela � "absolutamente falsa" e pediu que Raquel seja responsabilizada pelo que avalia ser "leviandade, irresponsabilidade e m�-f�". Ela considerou que a acusa��o foi elaborada com "fragilidade e incompet�ncia". "A nosso ver, s�o acusa��es inventadas como meio de implicar Lula, com quem Marcelo Odebrecht n�o tinha qualquer conversa. Isso no rastro de um amplo movimento pol�tico e social para liberar o ex-Presidente. Eles n�o deixam o Lula em paz", declarou a petista.

Segundo ela, a procuradora-geral distorceu seus depoimentos de "forma vil". No discurso, Gleisi admitiu que ela e o marido, ent�o ministros, receberam o ex-executivo da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em reuni�es oficiais, mas negou qualquer ato il�cito.

"Inclusive, a PGR distorce, de maneira vil, declara��es que dei ao ser ouvida no inqu�rito. Respondendo � pergunta que me foi feita, eu disse que conhecia Marcelo Odebrecht. Na den�ncia apresentada, minha declara��o � mencionada como se eu tivesse dito que conhecia apenas Marcelo Odebrecht da empresa Odebrecht. Uma interpreta��o maliciosa, mentirosa, para tentar me desqualificar", continuou.

Segundo a petista, no caso de seus encontros com Marcelo Odebrecht, a procuradora geral fez uma interpreta��o "maliciosa, mentirosa" para tentar desqualific�-la. "Essa falsifica��o das minhas declara��es � grosseira e at� infantil. Por que que eu iria negar que recebi empres�rios em agendas p�blicas e nas quais tratamos de interesses do Brasil, que al�m de tudo eram divulgadas no site da Casa Civil, com fotos muitas delas? Mas isso � s� uma amostra do que h� nessa den�ncia agora apresentada. H� trechos muito piores, que demonstram a fragilidade e a incompet�ncia com que foi elaborada a den�ncia", discursou Gleisi.

A presidente petista tamb�m acusa Dodge de ter "inventado" a den�ncia de crime de lavagem de dinheiro para evitar que seu processo fosse enviado para a Justi�a Eleitoral por suspeita de caixa 2, que tamb�m nega ter praticado, como aconteceu com o pr�-candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin.

"Essa den�ncia � um desvario completo. A PGR, evidentemente, sabe disso. N�o posso crer que me acuse, sem sequer examinar as contas. Ignoram deliberadamente, porque, se considerassem a d�vida declarada, as contas fechariam, s� que as acusa��es que queriam fazer ficariam sem p� nem cabe�a. Ent�o, se os fatos contradizem a nossa vers�o, que se danem os fatos. O importante � a vers�o. For�aram para tirar o caso da Justi�a Eleitoral. Estou certa de que, se a avalia��o das minhas contas tivesse sido feita pelo procurador que avaliou o caso do Geraldo Alckmin, essa den�ncia teria sido remetida ao Tribunal Superior Eleitoral."

(Julia Lindner)