Bras�lia - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na tarde desta ter�a-feira, o julgamento para decidir se recebe ou n�o a den�ncia contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irm�o, o deputado L�cio Vieira Lima (MDB-BA), pelos crimes de lavagem de dinheiro e associa��o criminosa. Eles s�o acusados pela Procuradoria-geral da Rep�blica (PGR) no caso do 'bunker' de R$ 51 milh�es, encontrados em um apartamento em Salvador (BA).
Tamb�m s�o denunciados a m�e dos pol�ticos, Marluce Vieira Lima, o ex-assessor parlamentar Job Ribeiro Brand�o, o ex-diretor da Defesa Civil de Salvador Gustavo Pedreira do Couto Ferraz e o empres�rio Luiz Fernando Machado da Costa Filho.
At� o momento, j� falou a subprocuradora-geral da Rep�blica, Claudia Sampaio, que defendeu a aceita��o da den�ncia pelos ministros. Na sequ�ncia, fazia a sustenta��o oral da defesa de Geddel o advogado Gamil Foppel. "N�o h� qualquer risco de reitera��o criminosa por parte de Geddel, ele n�o tem mais cargo algum", disse a defesa, que tamb�m pede a liberdade do ex-ministro, preso preventivamente h� oito meses, por determina��o do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara em Bras�lia.
J� a subprocuradora afirmou que "n�o foram apenas R$ 51 milh�es", e que "a coisa j� passou muito e muito de 100 milh�es em vantagens indevidas em raz�o do cargo. "A descoberta do dinheiro, estando o r�u preso, quando a pris�o havia sido decretada em raz�o de ter tentado constranger um colaborador, estava escondendo como fato configurador de lavagem, auferido durante anos", disse Sampaio, para quem seria um "descaso com a justi�a" a soltura de Geddel.
A Segunda Turma � formada pelos ministros Edson Fachin, relator do caso, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
No dia 9 de abril, a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, enviou a Fachin uma manifesta��o em que reitera � Corte que aceite a den�ncia. Segundo a den�ncia da PGR, de 2010 at� 5 de setembro de 2017, a fam�lia Vieira Lima cometeu crimes de oculta��o da origem, localiza��o, disposi��o, movimenta��o e propriedade das cifras milion�rias em dinheiro vivo. At� janeiro de 2016, o dinheiro teria ficado escondido em um closet na casa de Marluce Vieira Lima.
Ap�s essa data, o montante de R$ 42 milh�es e cerca de U$ 2,5 milh�es foi transferido em malas e caixas para um apartamento no bairro da Gra�a, em Salvador. Semanas depois, foi levado para um apartamento vizinho, onde ocorreu a apreens�o pela Pol�cia Federal, na Opera��o Tesouro Perdido.
Quando recebeu a den�ncia e os pedidos da PGR em dezembro, Fachin atendeu � solicita��o de bloqueio de cerca de R$ 13 milh�es que, segundo a acusa��o, teriam sido lavados por L�cio, por Geddel, pela m�e e por Luiz Machado, s�cio da Cosbat Constru��o Engenharia, por meio de empresas do ramo imobili�rio. A lavagem teria ocorrido em sete empreendimentos imobili�rios relacionados � Cosbat, � GVL Empreendimentos, � M&M Empreendimentos e � Vespasiano Empreendimentos.
(Amanda Pupo e Rafael Moraes Moura)