S�o Paulo, 11 - Ap�s a divulga��o da informa��o de que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) autorizou a pol�tica de "execu��o sum�ria" de opositores do regime militar, vigente no governo anterior, diversos pol�ticos criticaram a atitude do ent�o presidente militar. A informa��o consta em memorando escrito por William Colby, diretor da Ag�ncia Central de Intelig�ncia (CIA).
O documento relata que, quando chegou ao cargo, Geisel foi informado de que 104 pessoas haviam sido mortas em 1973 pelo governo de Em�lio Garrastazu M�dici (1969-1974). O Centro de Informa��es do Ex�rcito (CIE), �rg�o respons�vel pela pol�tica de assassinatos de advers�rios pol�ticos do regime, pedia autoriza��o do general para manter a pol�tica.
Geisel autorizou, ent�o, que o m�todo ocorresse em "casos excepcionais" e com aval do Pal�cio do Planalto, mediante consulta ao diretor do Servi�o Nacional de Informa��es (SNI), general Jo�o Baptista Figueiredo.
A pr�-candidata do PcdoB ao Planalto, Manuela D'�vila, afirmou que os documentos revelados perturbam todos que t�m "uma hist�ria de luta pela mem�ria e a verdade dos tenebrosos anos da ditadura militar". "As provas de que a c�pula do regime, M�dici, Geisel, Figueiredo, estiveram diretamente envolvidos nos assassinatos dos 'subversivos' que ousaram desafiar o regime � uma verdade grande demais para seguir encoberta", escreveu.
"Precisamos insistir na busca da verdade e do paradeiro daqueles que foram torturados, mortos e desaparecidos com a autoriza��o e a cumplicidade do Pal�cio do Planalto".
O ex-senador e hoje vereador em S�o Paulo Eduardo Suplicy (PT) disse que a revela��o comprova o quanto os militares descumpriram a Constitui��o e as normas de direitos humanos. "� da maior gravidade a revela��o de que, em reuni�o no dia 30 de mar�o de 1974, o presidente Ernesto Geisel tenha compactuado com assassinatos praticados pelo Estado.
A deputada federal Maria do Ros�rio (PT-RS) escreveu que, com a divulga��o, a ideia de que Geisel havia sido "estadista" fica fragilizada. "Caiu a burrice de que a ditadura foi nacionalista. Golpistas civis e militares de 1964 serviram aos EUA. E agora, a quem servem os golpistas?", questionou.
Ex�rcito
Por meio de nota, o Centro de Comunica��o Social do Ex�rcito informou que "os documentos sigilosos, relativos ao per�odo em quest�o e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados foram destru�dos, de acordo com as normas existentes � �poca". Procurado, o Pal�cio do Planalto informou que n�o vai comentar o caso.
(Paulo Beraldo)