Uns disseram n�o. Outros, que ainda n�o. Mas nenhum dos chamados outsiders est� completamente fora do jogo. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, o apresentador e empres�rio Luciano Huck, o ex-t�cnico da sele��o brasileira masculina de v�lei Bernardinho e, no caso de S�o Paulo, do jornalista Jos� Luiz Datena ainda ser�o muito cortejados pelo universo pol�tico – e sabem disso. Uma simples foto ao lado de qualquer um deles continua tendo muito valor e apelo eleitoral.
A desist�ncia ou a relut�ncia dos outsiders tem origens parecidas. Bem-sucedidos em suas �reas de atua��o, todos sofrem ou sofreram press�es familiares para n�o entrar na disputa. Na soma de pr�s e contras, decidiram pelo n�o (ou “acho que n�o”, no caso de Datena).
A �ltima baixa entre os outsiders foi a de Barbosa, na semana passada. Ele usou o Twitter para dizer que n�o pretendia ser candidato � Presid�ncia. O an�ncio derrubou os planos do PSB, que j� come�ava a montar uma estrutura para a campanha do ex-ministro – que em pesquisa do Datafolha chegou a ter 10% das inten��es de voto, � frente de pol�ticos tradicionais como o ex-governador tucano Geraldo Alckmin.
Por ora, Barbosa diz que pretende se ausentar do processo eleitoral, mas o PSB n�o quer ficar distante do capital pol�tico que o ex-ministro passou a ter. “Se o ministro tiver disposi��o, ser� bem-vindo para debater dentro do partido”, afirmou o governador de Pernambuco, Paulo C�mara.
Quem contava com a candidatura Barbosa para alavancar um discurso de renova��o tenta se apegar a detalhes. “N�o podemos desanimar. No Twitter ele escreveu que n�o ‘pretende’. E n�o que ‘n�o vai’”, disse L�zaro Cruz, da juventude do PSB.
Se Barbosa tende neste momento a buscar a autopreserva��o, Luciano Huck segue trilha diferente. Como j� declarou diversas vezes, o apresentador vai participar do processo pol�tico e eleitoral. Desde o dia em que disse “n�o” (pela segunda vez) ao sonho presidencial, ele intensificou sua presen�a em grupos que tem como mote a renova��o pol�tica (renova��o de propostas e de candidaturas, principalmente ao Legislativo), caso do RenovaBR e do Agora.! Al�m disso, Huck tem participado de debates p�blicos sobre reformas para o futuro do pa�s. Em nenhum desses eventos, ele nega com veem�ncia a hip�tese de uma candidatura em 2022.
Ao menos no primeiro turno, a tend�ncia � que Huck n�o declare apoio a nenhum nome. N�o ser� por falta de vontade. Mas o apoio imediato para um candidato majorit�rio criaria um conflito de interesses em rela��o aos grupos de renova��o de que participa – que s�o formados por membros de diversos partidos. No m�ximo, Huck vai dizer que respeita muito as pretens�es eleitorais do ex-governador Geraldo Alckmin e da ex-ministra Marina Silva, presidenci�vel pela Rede.
Neste momento, Huck tem afirmado que seu interesse est� na elei��o para o Legislativo – e nas chances dos candidatos oriundos do RenovaBr e do Agora.! Ele ainda tem a quest�o profissional: n�o est� claro se, como funcion�rio da Rede Globo, poder� declarar abertamente apoio a esse ou aquele nome.
Huck se aproximou muito do PPS (partido do qual ser� doador como pessoa f�sica, para fomentar as candidaturas do movimento Agora!). O presidente do PPS, Roberto Freire, deve apoiar a candidatura Alckmin j� no primeiro turno, o que pode ser uma indica��o do caminho que o apresentador poder� seguir no caso de o tucano avan�ar na disputa ao Planalto.
Se Barbosa tivesse confirmado sua campanha, ele tamb�m seria uma op��o de voto para Huck. Eles t�m uma rela��o de amizade e os discursos sobre renova��o poderiam convergir.