
S�o Paulo - A dire��o nacional do PT vai decidir nas pr�ximas semanas sobre a ado��o de uma agenda de medidas concretas para manter a pr�-campanha do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � Presid�ncia, afastando assim a discuss�o sobre um plano "B" para as elei��es. Os dirigentes tentam dar ares de normalidade � candidatura do petista, que est� preso desde o dia 7 de abril e condenado a 12 anos e 1 m�s em regime fechado. Como teve a senten�a confirmada pelo Tribunal Regional da 4ª. Regi�o, Lula � considerado ineleg�vel de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
Desde a semana passada, quando o Supremo Tribunal Federal rejeitou mais um recurso da defesa de Lula e n�o pautou as a��es que podem revisar a pris�o ap�s a segunda inst�ncia, "caiu a ficha" do PT sobre o fato de que a estrat�gia de mobiliza��o popular para pressionar o Judici�rio n�o funcionou - o povo n�o foi �s ruas e Lula deve passar um longo per�odo na cadeia.
Na semana passada, a corrente majorit�ria do partido Construindo um Novo Brasil (CNB), que preside o PT, decidiu insistir na candidatura de Lula at� o fim, mesmo que isso leve o partido ao isolamento na elei��o presidencial. O pr�prio ex-presidente, em carta, deu o recado: "Se aceitar a ideia de n�o ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime". A ideia � transformar a campanha em um palco para a defesa de Lula. "S� estamos pedindo o direito de seguir apoiando nosso candidato", disse na sexta-feira o ex-ministro Gilberto Carvalho.
Lideran�as da CNB v�o levar para delibera��o da executiva nacional propostas para a cria��o imediata de dois comit�s f�sicos de pr�-campanha em S�o Paulo e Bras�lia, agilizar o processo de apresenta��o das diretrizes do programa de governo, intensificar as conversas com o PR sobre a possibilidade de o empres�rio Josu� Gomes da Silva ser o vice de Lula - o que passaria tamb�m pelo processo de convencer o filho do ex-vice-presidente Jos� Alencar aceitar ser registrado - e a defini��o dos nomes autorizados a representar o ex-presidente em debates e entrevistas.
Por enquanto a �nica pessoa autorizada a falar em nome de Lula � a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT). S�o cogitados tamb�m os nomes do ex-ministro Luiz Dulci; do presidente da Funda��o Perseu Abramo, Marcio Pochmann; o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad; e o ex-ministro Jaques Wagner. A lista ser� submetida � c�pula petista e ao pr�prio Lula nos pr�ximos dias.
Na pr�xima reuni�o a executiva nacional do PT vai definir um calend�rio de lan�amentos regionais da pr�-campanha.
Nesta semana, emiss�rios de Lula v�o falar com Josu� sobre a possibilidade de ele aceitar ser vice de Lula. Ele trocou o MDB pelo PR depois de conversas com Lula e � cortejado por outros pr�-candidatos.
Com isso, o PT espera neutralizar tamb�m o debate interno sobre a indica��o de um vice petista. O partido teme que isso traga de volta as especula��es sobre o plano "B". Segundo Carvalho, a carta de Lula � Gleisi na semana passada "enterra os fantasmas de plano B".
O jornal O Estado de S. Paulo entrevistou Jo�o Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST, que falou sobre mobiliza��o contra a pris�o do ex-presidente Lula.
H� dificuldades para mobilizar gente contra a pris�o de Lula?
H� uma outra forma de fazer manifesta��o que � mobilizar setores organizados como m�dicos, juristas, igrejas sem fechar rodovia nem fazer greve. Isso tem sido um sucesso. Pela tradi��o cl�ssica dos movimentos populares, inclusive o nosso, seria natural que tivessem mais greves e mobiliza��es de rua. Isso n�o veio, mas n�o � de agora.
A estrutura do PT dificulta a inclus�o de novos atores?
O PT n�o se preparou para este momento. Se preparou para fazer disputa eleitoral e nesse campo continua ativo. Por isso fica tudo mais dif�cil. O PT teria condi��es de ter sempre em cada munic�pio pelo menos um �nibus de gente organizada para levar. Sei que h� dificuldades de infraestrutura. Estamos h� dois anos fazendo lutas. Na hora em que precis�vamos est� todo mundo capenga.
Os movimentos se acomodaram nos governos do PT?
Acomodaram. N�o porque queriam. Existia uma l�gica, n�o por maldade: o governo resolve e n�o queremos briga, vamos tentar a concilia��o. Aquilo deixou uma marca de falta de mobiliza��o, organiza��o e estrutura��o dos movimentos muito grande.