Bras�lia, 21 - A mudan�a de planos do presidente Michel Temer, que desistiu na v�spera da visita que faria a pa�ses asi�ticos no in�cio deste m�s, custou ao menos R$ 800 mil aos cofres p�blicos. Foi a segunda vez que a viagem foi cancelada na �ltima hora. A primeira foi em janeiro, quando o governo j� havia gastado R$ 900 mil com os preparativos. Somadas, as duas desist�ncias consumiram R$ 1,7 milh�o.
Os valores incluem passagens, seguro-viagem, multas por desist�ncia e di�rias da equipe que j� havia se deslocado para preparar a visita oficial do presidente brasileiro. A comitiva presidencial era estimada em cerca de 30 pessoas.
Em janeiro, o cancelamento da viagem se deu, de acordo com informa��es do Pal�cio do Planalto, por recomenda��o m�dica. No fim do ano passado, o presidente passou por procedimentos cir�rgicos para desobstru��o da uretra e o longo per�odo dentro do avi�o preocupava a equipe m�dica.
Desta vez, a justificativa dada pelo governo foi a de que Temer preferiu permanecer no Brasil por causa de vota��es importantes que ocorreriam no Congresso, como a proposta de remanejamento de verbas or�ament�rias. A viagem do presidente, que come�aria no dia 7 e iria at� o dia 14, previa visitas a quatro pa�ses - Cingapura, Tail�ndia, Indon�sia e Vietn�.
A decis�o de Temer de ficar no Pa�s aconteceu no momento em que as investiga��es sobre o Decreto dos Portos come�ava a avan�ar sobre seus familiares. Na mesma semana da viagem, uma das filhas de Temer, Maristela, prestou depoimento no inqu�rito - do qual o emedebista � alvo - que apura suspeitas de corrup��o em empresas que atuam no Porto de Santos.
De acordo com os investigadores, uma reforma realizada na casa da filha do presidente pode ter sido utilizada para lavar dinheiro de propina destinada ao emedebista. Temer nega irregularidades na edi��o do decreto. Por meio de nota, o Planalto informou que n�o h� rela��o entre as investiga��es e o cancelamento da viagem.
Procurado para comentar os gastos, o governo disse n�o ter feito as contas e sugeriu que o c�lculo est� superestimado. "Muitos dos gastos poder�o ser reaproveitados ou reembolsados, como pagamentos de di�rias de hot�is", afirmou o Pal�cio do Planalto, em nota.
"A viagem cancelada pelo presidente foi substitu�da por ida do ministro das Rela��es Exteriores � regi�o."
Segundo o Itamaraty, o cancelamento das viagens n�o afetou a rela��o do Brasil com os pa�ses que seriam visitados.
Parceria
Apesar das desist�ncias de Temer, o Brasil tenta estreitar rela��es com pa�ses asi�ticos. O Itamaraty j� come�ou um trabalho para fortalecer as rela��es com os pa�ses da regi�o, para al�m de parceiros tradicionais, como Jap�o e China.
O chanceler Aloysio Nunes faz um giro pelo continente desde a semana passada. O roteiro inclui China, Coreia do Sul, Indon�sia, Jap�o, Cingapura, Tail�ndia e Vietn�.
O ponto alto ser� o lan�amento oficial das negocia��es do acordo Mercosul-Coreia do Sul, nesta quarta-feira. A iniciativa, que causa preocupa��o em segmentos da ind�stria nacional por causa da perspectiva de maior concorr�ncia com produtos de tecnologia produzidos naquele pa�s, faz parte do esfor�o do bloco sul-americano em buscar novas parcerias comerciais. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(T�nia Monteiro e Adriana Fernandes, com colabora��o de Lu Aiko Otta)