
O pr�-candidato do PDT � Presid�ncia da Rep�blica, Ciro Gomes, defendeu nesta ter�a-feira, que h� uma "invas�o intoler�vel" entre os poderes no Brasil e que � preciso "colocar um fim" nesta pr�tica.
Segundo ele, o Minist�rio P�blico e o Judici�rio querem governar "no lugar de todo mundo" e � necess�rio "deslocar" o eixo do poder pol�tico no Pa�s para o controle dos pol�ticos eleitos pelo povo.
"Hoje o Congresso Nacional � desmoralizado, o poder federal, desmoralizado, a autoridade pol�tica, desmoralizada. H� uma invas�o absolutamente intoler�vel, que tem de ser posto um fim, de atribui��es democr�ticas por poderes que n�o s�o votados. O Minist�rio P�blico quer governar no lugar de todo mundo. o Judici�rio quer governar no lugar de todo mundo", disse ao discursar na XXI Marcha a Bras�lia em Defesa dos Munic�pios, em Bras�lia.
Em seguida, Ciro defendeu que o Brasil precisa "se livrar" da medida que imp�s um teto para os gastos p�blicos, a emenda constitucional 95, aprovada pelo governo Michel Temer. Diante de uma plateia formada por vereadores e prefeitos, Ciro pediu ajuda dos prefeitos para uma mobiliza��o contra os "poderosos" que implantaram essa medida.
"O Brasil precisa se livrar da tal emenda 95, e isso n�o se far� sem uma ampla mobiliza��o. O baronato quer tabelar todos os gastos para deixar livre os gastos com juros e rolagem de d�vida p�blica", afirmou antes de explicar que isso n�o significa que esteja defendendo o d�ficit das contas p�blicas.
"Eu n�o tenho um dia de d�ficit na minha longa vida p�blica, entretanto, no caso brasileiro, produzimos uma norma que n�o h� precedente no mundo. Todas as necessidades dram�ticas est�o limitadas a 25% da execu��o or�ament�ria", argumentou.
"S� implementaremos essas medidas se conseguirmos deslocar o eixo do poder pol�tico para a verdadeira circunst�ncia democr�tica que s�o os pol�ticos eleitos pelo povo. O que est� errado no Brasil est� errado por interesse dos poderosos. N�s precisamos restaurar a autoridade moral do pol�tico brasileiro", disse.
MDB e Temer
Ciro Gomes disse tamb�m que o nome do MDB para disputar a sucess�o de Michel Temer, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, qualifica o debate eleitoral, mas praticamente jogou fora sua biografia "tendo que suportar uma agenda antipovo, antipobre e antinacional imposta de por seus chefes".
"'Eu eleito' � a certeza de revoga��o dessa agenda. Por exemplo, ser� revogada a entrega do petr�leo do pr�-sal aos estrangeiros. Ser� revogada toda e qualquer tentativa de internacionaliza��o da Embraer. Ser� proposta a revoga��o e substitu�da por uma nova regra mais moderna e minimamente s�ria essa selvageria que eles deram o nome de reforma trabalhista", afirmou.
"Uma reforma da legisla��o laboral com a diretriz de proteger o trabalho. N�o temos que ter medo de reformar. Na reforma que eu tenho, mulher gr�vida n�o pode ser locada em ambiente insalubre. O trabalho intermitente � outro. 380 mil brasileiros perderam o emprego e est�o recontratados por trabalho tempor�rio ganhando menos do que o sal�rio m�nimo e tendo que tirar do bolso o dinheiro que n�o t�m para pagar a contribui��o previdenci�ria."
O pr�-candidato do PDT afirmou que a oposi��o "n�o permitir�" que o presidente Michel Temer seja escondido das campanhas de Meirelles e do pr�-candidato do PSDB, o ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin. Ele tamb�m falou do pr�-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, classificado por ele como "candidato a ditador".
Projeto de desenvolvimento
O pr�-candidato explicou tamb�m que vai propor um novo projeto nacional de desenvolvimento, "com come�o, meio e fim". Ele disse que este projeto ter� tr�s medidas principais no in�cio do seu mandato: o fim do teto de gastos, o combate ao endividamento das fam�lias e enfrentar a depend�ncia do Pa�s de importados.
"Nos seis primeiros meses, vou precisar que as reuni�es com prefeitos sejam quinzenais. Pretendo propor um novo projeto nacional de desenvolvimento que vai come�ar por enfrentar tr�s grav�ssimas obst�culos: o explosivo endividamento da fam�lias, a depend�ncia de importados e o colapso fiscal por conta da emenda constitucional 95", disse.
Ciro tamb�m foi aplaudido quando disse que ir� propor a cria��o de um tributo sobre heran�as e doa��es, que ser� "partilhado com Estados e munic�pios".
Al�m disso, ele defendeu um imposto transit�rio sobre opera��es financeiras superiores a R$ 3 mil por m�s. Segundo ele, com uma al�quota de 0,38% sobre essas transa��es, a Uni�o poderia arrecadar em torno de R$ 70 bilh�es.
Em coletiva de imprensa, o pr�-candidato do PDT tamb�m foi questionado sobre a quest�o do pre�o da gasolina. Afirmou que a Petrobras vem praticando um "controle de pre�os �s avessas contra o povo brasileiro" privilegiando o c�mbio e o mercado internacional.
"Se a Petrobras produz petr�leo, n�o podemos cotar o barril de petr�leo na composi��o do pre�o do combust�vel a Roterd�, eu tenho que cotar quando custa o barril de petr�leo para a Petrobras", disse o ex-ministro.
Segundo Ciro, o pre�o deve ser baseado no custo da estatal, acrescido da remunera��o do imobilizado e de lucro em linha com competidores do mesmo porte.
