S�o Paulo, 24 - A pr�-candidata da Rede � Presid�ncia, Marina Silva, disse que o governo deveria ter se antecipado para evitar que a greve dos caminhoneiros tomasse as propor��es que atinge hoje, afetando o transporte de produtos, a distribui��o de alimentos e combust�veis.
"As autoridades econ�micas t�m as informa��es bem antes que n�s, conseguem ver as tend�ncias de mercado", disse Marina durante sabatina realizada pela
Folha de S.Paulo, UOL
e
SBT
. "O governo precisa se antecipar aos problemas".
Marina ponderou que nem todos os valores que impactam no pre�o final dos combust�veis sofrem de fato varia��o do d�lar. "Ningu�m aumenta tarifa de luz todo dia em fun��o do d�lar. O pre�o do combust�vel tem que seguir uma certa l�gica", disse. Ainda sobre a greve dos caminhoneiros e os pre�os dos combust�veis, Marina defendeu o projeto que estabelece um teto para o valor do ICMS sobre esses produtos.
Questionada sobre a poss�vel candidatura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao Planalto, Marina disse que ningu�m pode ser candidato ap�s condena��o em segunda inst�ncia. "No Brasil, h� uma mania de fulanizar as leis. Por mais relevante que a pessoa seja economicamente e socialmente, � preciso se adaptar �s leis. N�o se pode criar dois pesos e duas medidas em hip�tese alguma", afirmou.
Sobre o PT manter a candidatura do ex-l�der, afirmou que a atitude � "meramente pol�tica". Para ela, o partido tem no atual cen�rio uma oportunidade de fazer uma autocr�tica. "� hora de olhar para o grave problema da corrup��o e dizer: 'erramos'. Essa hist�ria de dizer que n�o sabia � uma den�ncia. Ou era altamente conivente (com a corrup��o) ou altamente incompetente", criticou.
Economia
Marina disse tamb�m ser favor�vel a uma atua��o independente do Banco Central, mas defendeu que n�o considera necess�rio institucionalizar a autonomia da institui��o. "Eu defendo desde 2010 que o Banco Central precisa ter sua independ�ncia, mas n�o precisa institucionalizar", disse. "O que tem que ter � o compromisso de que n�o se vai fazer politicagem com o Banco Central".
Ao tratar da maneira como o governo conduz a pol�tica econ�mica, por exemplo, Marina disparou: "Temer padece de uma coisa: ele n�o tem uma equipe econ�mica. A equipe econ�mica o tem", disse.
Sobre suas propostas para a economia, Marina disse que manteria o trip� da pol�tica macroecon�mica, trabalhando pela manuten��o de um regime com taxa de c�mbio flutuante, metas de super�vit fiscal prim�rio e controle da infla��o.
A candidata disse ainda que o Pa�s precisa se posicionar melhor no exterior para recuperar a credibilidade. "Estamos ficando para tr�s porque falta vis�o estrat�gia para colocar o Brasil no lugar que ele merece".
Marina tamb�m classificou a reforma da Previd�ncia do governo Temer como "draconiana". Mas evitou se alongar em como seria sua pr�pria vers�o. Sobre a idade m�nima para aposentadoria, disse que o assunto precisa de um debate mais amplo.
Campanha
"N�o entrou um centavo de caixa dois na minha campanha", afirmou Marina. Questionada sobre como pretende gerenciar os recursos de sua atual corrida ao Planalto, a presidenci�vel disse que as contas ser�o financiadas com recursos dos fundos p�blicos, al�m de doa��es de pessoas f�sicas.
Questionada se planeja doar recursos pr�prios para o caixa de sua candidatura, a ex-senadora disse n�o ter "dinheiro no bolso" para isso. "N�o posso dar meu p�o de cada dia para a elei��o", disse Marina, explicando que at� faz uma contribui��o ao seu partido, mas o repasse � proporcional aos seus rendimentos.