Bras�lia, 09 - O ex-prefeito da capital Jo�o Doria (PSDB) e o atual governador de S�o Paulo, M�rcio Fran�a (PSB), t�m "inflado" os minutos no hor�rio eleitoral gratuito conquistados por eles por meio das alian�as partid�rias j� anunciadas. Ambos afirmam em coletivas e discursos terem somado mais de 18 minutos cada um de tempo de TV. A quantidade � o dobro do tempo real que cada um ter� por dia para expor suas ideias. De acordo com levantamento feito pelo Estad�o Dados, ambos teriam, hoje, cerca de 8 minutos de exposi��o.
As regras v�lidas para a elei��o de outubro e os apoios anunciados por Fran�a e Doria colocam os dois empatados no quesito palanque eletr�nico. Somados os dois blocos do hor�rio eleitoral reservados aos candidatos a governador, de 9 minutos cada, e as inser��es di�rias a que ter�o direito a partir das coliga��es formadas, o governador alcan�a cerca de 8 minutos e 10 segundos e o tucano, cerca de 7 minutos e 50 segundos.
O que explica a diferen�a entre o divulgado - Fran�a diz ter "mais de 20 minutos" e Doria, 18 minutos e 41 segundos - e o assegurado segundo a legisla��o � a forma como os pr�-candidatos fazem a conta. Tanto Fran�a como Doria consideram como seus os tempos dedicados �s campanhas proporcionais, ou seja, de deputados federais e estaduais.
"A gente soma o tempo total das quatro candidaturas: governador, senador, deputado estadual e federal. N�o acho errado. A linguagem de TV passa a ser uma s�. Por exemplo, entra o deputado estadual l� na tela e fala o seguinte: 'O M�rcio Fran�a foi o grande l�der de SP que ajudou a resolver problemas dos caminhoneiros. Estou com ele'. Indiretamente ele usa o mesmo tempo dele para falar de mim e quem paga o tempo de todos os deputados e senadores � o candidato a governador", disse Fran�a.
"Na verdade, o Jo�o (Doria) diz que o PSDB vai ter 18 minutos, n�o a campanha dele. Isso inclui todas as candidaturas, mas � l�gico que isso influencia e ajuda na campanha majorit�ria", afirmou o advogado Fl�vio Henrique Costa Pereira, que coordena a �rea jur�dica da campanha tucana. Procurado pela reportagem, o ex-prefeito Jo�o Doria n�o quis comentar.
Descarte
Para a defini��o do tempo de cada candidato, a legisla��o eleitoral estipula que sejam considerados apenas os minutos atribu�dos aos seis maiores partidos.
O tempo dos demais � descartado. Desta forma, apesar de Fran�a ter anunciado 14 legendas em sua coliga��o eleitoral at� aqui, os que somaram tempo ao governador foram PR, SD, PSC, PPS e PROS, al�m do pr�prio PSB. J� a conta de Doria foi feita com a jun��o dos tempos do PSD, PRB e PTC, al�m do PSDB.
O tempo de TV � determinado conforme o tamanho das bancadas do partido na C�mara dos Deputados no in�cio da legislatura, em 2015.
Com as pr�-candidaturas de Paulo Skaf (MDB) e Luiz Marinho (PT) confirmadas, a briga em S�o Paulo pelo maior tempo de TV ser� definida por dois partidos: PP e DEM.
At� o momento, existem oito pr�-candidaturas apresentadas na disputa pelo governo.
Disputa
O PP e o DEM estavam negociando em S�o Paulo como um bloco �nicos, mas devem se dividir entre Fran�a e Doria.
A expectativa no PP � fechar na semana que vem o apoio ao atual governador, que cogita entregar a vaga de vice ao deputado estadual Delegado Olim (PP). Essa op��o, segundo aliados de Fran�a, ajudaria a fortalecer o discurso da Seguran�a P�blica na campanha.
O ex-prefeito Jo�o Doria, por sua vez, est� mais pr�ximo do DEM e j� teria oferecido a vaga de vice em sua chapa ao deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP).
A �ltima pesquisa Ibope/Band, divulgada no dia 28 de maio, mostrou o tucano na lideran�a com 22% das inten��es de voto, contra 15% de Paulo Skaf (MDB), 4% de Luiz Marinho (PT) e 3% de Fran�a (PSB).
Na disputa por alian�as partid�rias, Fran�a perdeu na quarta-feira o apoio do Avante, partido que conta com 5 deputados federais.
Segundo o presidente da legenda, Josu� Tavares, o Avante quer abrir as negocia��es com Doria na semana que vem.
M�rcio Fran�a, por sua vez, tem conversado com dirigentes do PCdoB e do PDT e pode contar com os dois partidos em sua chapa, o que isolaria o PT na disputa estadual.
Aliados do governador, que assumiu o cargo ap�s a ren�ncia de Geraldo Alckmin para disputar � Presid�ncia, temem que um acordo com as siglas de esquerda espante o eleitor de Alckmin. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Adriana Ferraz, Daniel Bramatti e Pedro Venceslau)