Com R$ 512,64 milh�es do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas – 30% do bolo de R$ 1,7 bilh�o – destinados �s candidaturas femininas, as mulheres poder�o come�ar a mudar nas elei��es de outubro a hist�ria de baixa representa��o pol�tica, at� hoje n�o revertida nem mesmo com a Lei das Cotas, iniciada em 1998. Tampouco a minirreforma eleitoral de 2009 (Lei 12.034), segundo a qual os partidos e as coliga��es passaram necessariamente a preencher 30% das vagas nas chapas proporcionais com candidatos de um dos sexos, ampliou as taxas de sucesso eleitoral das candidatas � C�mara dos Deputados. Muitas “laranjas” inclu�das nas listas proporcionais apenas para cumprir tabela nem sequer conquistaram o pr�prio voto: nas elei��es municipais de 2016, 2.178 candidatas a vereadora em Minas Gerais n�o computaram nenhum voto – no pa�s, foram 14.417 nessa situa��o –, o que colocou o estado na lideran�a nacional de candidatas sem nenhum voto.
“O fundo para as mulheres vai ser essencial para que as campanhas delas ganhem mais visibilidade. No caso do PCdoB, a decis�o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de obrigar partidos a destinar esses valores �s campanhas femininas n�o ter� muito impacto, pois temos candidatas competitivas, com muita inser��o social e chapas com muitas mulheres”, afirma Wadson Ribeiro, presidente estadual do PCdoB.
O desinteresse de partidos pol�ticos pelas candidaturas de mulheres se revela no grande �ndice de insucesso eleitoral feminino ao longo do tempo: com a Lei das Cotas o n�mero de candidaturas cresceu a partir de 1998, mas proporcionalmente foram eleitas menos mulheres. Em 1994, quando ainda n�o vigoravam as cotas, das 178 candidatas, 32 (17,8%) conquistaram mandato. Em 1998, foram 339 candidatas e apenas 29 se elegeram (8,6%). J� em 2002, das 487 mulheres que tentaram vaga na C�mara, s� 42 tiveram sucesso (8,6%). Em 2006, 651 mulheres tentaram a sorte no pleito e apenas 47 (6,9%) ganharam cadeira. J� em 2010, das 1.340 mulheres que concorreram a uma vaga, s� 43 (3,2%) chegaram l�. Em 2014, das 1796 concorrentes, 51 (2,8%) se elegeram.
Dessa forma, numericamente, em 16 anos – entre 1998 e 2014 – a representa��o feminina saiu de 29 para 51 cadeiras, crescimento, em m�dia, de cinco deputadas por elei��o, contra crescimento de 75,8% na representa��o, contra um salto de 339 para 1.796 candidaturas, uma varia��o de 430%. Nesse ritmo, apenas em 2079 as mulheres conseguir�o o mesmo n�mero de cadeiras que os homens na C�mara.
